Imagem de capa: Kseniya Ivanova, Shutterstock
Veja bem, o amor é bonito quando não é contido. Quando, na maior parte das vezes, concorda em ultrapassar o comum e o mais do mesmo para ser gigante, cúmplice e carinhoso. Mas isso tudo é diferente do amor pregado aos extremos. Daquele que torna-se abusivo – seja por ultimatos ou por outras formas de controle que tentam escravizar o coração a ter um único dono, o tempo inteiro.
Submeter sentimentos nas mãos de alguém é um indicativo de falsa liberdade. É preciso paciência e cuidado na hora de se entregar num relacionamento. Conhecer quem está do seu lado requer, principalmente, disponibilidade. Para conversar, para aproveitar os românticos entrelaces e compartilhar pensamentos e valores. Porque intimidade não surge somente entre beijos. Assim como o respeito, que também necessita brotar do mútuo.
Em quantas oportunidades, atitudes abusivas não fingiram, retrucaram e tomaram o lugar de uma singela preocupação? Começa assim, com a desculpa esfarrapada de estar “apenas preocupado” e “cuidando de você”. Até que um dia, preocupações se transformam em ultimatos. Ah, os ultimatos. Ultimatos são venenosos para o amor. No começo, você nem sente. Mas depois? Depois percebe que invadiu, sem pedir licença, o amor próprio.
Amores podem ser abusados, mas nunca devem ser abusivos. Porque o amor é a sensação de paz no agora. É a confiança e a vontade gostosa de percorrer instantes ao lado de quem se ama, mesmo sabendo que existe local e momento para acontecer. Porque o amor entende que para ser dois, faz muito bem ser um de vez em quando. Amor abusado é inteiro e em concordância emocional. Amor abusivo, antes de mais nada, nunca foi amor.
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