Andreas von Richthofen herdou uma fortuna avaliada em R$ 10 milhões após a irmã mais velha, Suzane, ser condenada pelo assassinato dos pais, Manfred e Marisia. No entanto, a herança se transformou em uma dívida de pelo menos R$ 500 mil em impostos e condomínios atrasados. Atualmente com 36 anos, ele não é visto publicamente desde o começo de 2023, quando Suzane passou a cumprir o restante da pena em liberdade, segundo pessoas próximas.
Andreas se formou em Farmácia e Bioquímica pela Universidade de São Paulo (USP), onde também concluiu um doutorado em Química. Ele ingressou na instituição em 2005, três anos após a morte dos pais, e concluiu os estudos em 2015. Dois anos depois, o irmão de Suzane foi internado na ala psiquiátrica de um hospital em São Paulo após ter um surto.
Enquanto estudava na USP, Andreas chegou a morar em um imóvel na Rua República do Iraque, no bairro Brooklin Paulista, mesmo bairro em que os pais moravam. De acordo com vizinhos, o rapaz reunia amigos e fazia festas esporádicas no local, onde no passado funcionou uma clínica psiquiátrica de Marisia.
Nessas festa com outros estudantes, havia som alto até a madrugada. No entanto, os vizinhos de porta nunca se queixaram do barulho. “Esse garoto era tão triste que não tínhamos coragem de reclamar quando ele estava se divertindo com os amigos”, contou a dentista Olívia Massaoka, vizinha de porta da casa da República do Iraque.
o empresário Allan Zurita, que também foi vizinho de Andreas na República do Iraque, contou que o rapaz alternava momentos em que se aarecia bem vestido e comunicativo e outros em que mal falava “bom-dia” e circulava com a mesma roupa por até uma semana.
Andreas não é visto desde o período da pandemia. Segundo relatos, ele se refugiou em um sítio em São Roque, no interior de São Paulo, herdado dos pais. A propriedade ficou conhecida à época do julgamento contra Suzane e os irmãos Cravinhos, em 2006, porque o grupo teria cogitado assassinar Manfred e Marisia incendiando a casa com o casal dentro.
Pouco depois, Andreas adquiriu outro sítio no mesmo município, em um local ainda mais isolado e de difícil acesso. Lá, ele vive sem telefone celular ou internet.
Esse isolamento tem dificultado a localização de Andreas por autoridades judiciais e corretoras, que tentam notificá-lo sobre as dívidas pendentes relacionadas a impostos e condomínios não pagos dos imóveis herdados.
Oficiais de justiça de São Paulo têm enfrentado dificuldades em encontrar Andreas para notificá-lo sobre as ações judiciais referentes às dívidas acumuladas. Diante da recusa em quitar os débitos, procuradores do município afirmam que estão preparando ações para levar os imóveis de Andreas a leilão. Corretoras também enfrentam impasses ao tentar contatá-lo para assinar contratos de locação, com parte dos bens já envolvida em processos judiciais devido à inadimplência nos pagamentos de condomínio.
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Redação Conti Outra, com informações do jornal O Globo.
Foto de capa: Reprodução.