A sociedade atual valoriza o individualismo e a competitividade. Os funcionários das empresas, hoje chamados erroneamente de colaboradores, recebem mensagens de que trabalhar em equipe é um valor da empresa. Entretanto, qualquer pessoa com um pouco de bom senso e olhar crítico verá que o que acontece o tempo todo é um total aniquilamento da individualidade e da fidelidade entre eles. Quem não se destaca, é demitido. As terceirizações não param de crescer. Logo, o colega de trabalho é tido como rival.
A pessoa passa muito mais horas trabalhando em um ambiente que é hostil e onde não pode confiar verdadeiramente nas pessoas, portanto, sem vínculos verdadeiros.
Resultado: menos tempo com família e amigos pois precisa manter o emprego.
Quando chega em casa, muitas vezes sozinha, a pessoa ainda tem que vender uma imagem de felicidade e boas relações (isso faz parte de seu papel social). E é aí que chegamos no ponto pois é esse o questionamento relativos às redes sociais, por exemplo, onde as pessoas fabricam e postam imagens de viagens, fotos felizes, reuniões de amigos. É só entrar e veremos a infinidade de pessoas felizes (na maioria aparentemente mais felizes do que nós) falando de seus eventos sociais e outras realizações.
Sendo assim, é possível perceber que as redes sociais tornaram-se mais uma vitrine da imagem que as pessoas gostariam de passar do que propriamente um espaço para relações.
Outra coisa que as redes sociais parecem ilusoriamente sanar é a sensação de que estamos cada vez mais isolados e sem vínculos reais, ou seja, os amigos e os contatos virtuais preenchem de alguma forma o medo solidão.
“Eu compartilho. Portanto eu existo”. Esse é o tema da animação intitulada ” The Innovation of Loneliness” (A Inovação da Solidão, em tradução livre), inspirado no livro da psicóloga Sherry Turkle: Alone Together, onde ela analisa como os nossos dispositivos e personalidades online estão redefinindo a conexão humana.
Espero sinceramente que essa REFLEXÃO seja útil para revermos a maneira como estamos utilizando as redes sociais.
Josie Conti
Artigo referência:Hypeness