Ano que vem eu vou…

Imagem de capa:   Artemeva Juliya, Shutterstock

Ano que vem eu vou…

Nossa lista de desejos para todo ano novo quase sempre é gigantesca e quase nunca compatível com a realidade.

Se olharmos com cuidado, veremos que muitas vezes a soma de todos os itens representa a não aceitação de nós mesmos. E é exatamente aí que mora o perigo.

Não queremos apenas descolar um emprego mais bacana, emagrecer alguns quilos, parar de fumar, parar de beber, viajar mais, conhecer um grande amor, ganhar mais dinheiro, aprender a tocar piano ou uma nova língua, mudar de país. Queremos nos tornar outra pessoa.

Para dar conta de nossas listas irreais ao pé da letra teríamos que nascer de novo, ter outra família, outra educação, outra cultura, outros traumas, outros medos, outra conta bancária, outras vivências.

É claro que é bacana traçar metas, fazer planos, ter objetivos claros do que queremos e do que não queremos mais. No entanto, se esses objetivos e planos não estiverem alinhados com a realidade, o efeito colateral será apenas a frustração.

E quanto mais frustrações acumulamos, mais paralisados nos tornamos. E quanto mais paralisados nos tornamos, mais nos convencemos de que não temos jeito, de que somos um caso perdido. E quando nos convencemos de que somos um caso perdido, o que fazemos? Passamos a nos auto sabotar para fazer a manutenção dessa velha crença.

A auto sabotagem nos rouba toda a alegria, a energia, a fé, a esperança e a coragem que sentimos na noite de réveillon. Quando nos damos conta estamos em Junho e não fizemos nem a metade do que nos propusemos. Bate uma sensação de fracasso, um desânimo e vontade de dormir até o ano acabar.

Que tal fazer diferente este ano, se propor a uma lista de desejos menor e mais realista? Que tal, em vez de dez radicais mudanças de hábito, investir com afinco em apenas uma, a maior e mais importante delas? Que tal aprender a priorizar?

E que tal incluir nessa lista:

1. Ser mais flexível e menos exigente consigo
2. Aprender a dizer “não”
3. Aprender a ouvir “não”
4. Aprender a se perdoar pelos erros cometidos
5. Vencer um grande medo
6. Dar menos importância para a opinião alheia

Lembrando que de nada adianta usar a cor certa de calcinha (ou cueca) no réveillon se no restante dos dias o pedacinho de pano for tirado para qualquer um (a).

E que venha o ano novo! Que tenhamos todos saúde, lucidez, amor-próprio, autoconhecimento, poder de superação, coragem, entusiasmo, fé, discernimento, intuição, abundância, otimismo, beleza, afeto e prosperidade para dar e vender.

Mônica Montone

Mônica Montone é formada em Psicologia pela PUC-RJ e escritora. Autora dos livros Mulher de minutos, Sexo, champanhe e tchau e A louca do castelo.

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