A ansiedade é uma daquelas coisas que você sempre teve, mas que não sabia que existia. Porque o seu corpo ainda tinha o controle ou porque você pensava que era simples administrar qualquer tipo de causa e reação do coração. Mas não é bem assim. Nunca foi.
Só sabe da ansiedade, da rotina de uma pessoa ansiosa, quem já teve de fazer uma escolha difícil. Mas difícil do tipo que tira o seu chão e ar. Por que é uma escolha difícil? Porque ela significa, na maioria das vezes, abrir mão de algo ou alguém para melhorar, para evoluir e ser uma pessoa mais leve. O problema dessa escolha é que pouca gente tem disposição para imaginar, quanto mais para compreender.
E dói. Dói com palavras que, às vezes, você nem faz ideia em como dizê-las. Parece que tudo que você já viveu não te preparou para esse momento. E nem tinha como. Quando esse sentimento de prisão em movimento bate, poucas são as alternativas.
Você pode ter a sorte de contar com alguém. Alguém que não reclame e que ofereça presença e cumplicidade. Tomara. Todos merecemos não nos sentirmos sozinhos nessas horas. Mas vai que não tem jeito. Que é só você e você. Quer dizer, você e essa dorzinha chata, certeira e não convidada. O que fazer? Alguma solução instantânea ou duradoura pra isso? Não, não tem.
O jeito é, deixe-se acreditar. Agarre-se bem forte em todos os bons e confortáveis pensamentos que você puder juntar na hora, e respire fundo. Vai passar. Tenha no coração que a decisão tomada não foi para causar um sofrimento, nada disso.
É o seu sorriso que importa. E ele precisa, além de ficar muito mais bonito, quando você se permite seguir em frente sem que o peso da ansiedade ultrapasse o seu próprio amor. A questão não é curar-se. O passo é viver de novo.
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