Sabe, antes de sermos amantes somos amigos. Você é a minha melhor amizade. Eu confio tudo de mim em você. É esse salto de coragem que justifica o nosso relacionamento, a nossa troca. Eu te apoio em todos os momentos e você faz o mesmo. Ainda mais nos dias cinzas, nos dias de enfrentamentos. Somos nós dois contra o mundo? Não chega a tanto. Mas somos nós dois contra os péssimos hábitos e exemplos de quem já fomos em outras vidas, em outras narrativas.
A sua vontade de ser melhor espelha o meu desejo de ser maior. Não há garantia alguma do quanto isso vai durar, mas estamos fazendo a nossa parte. Estamos construindo, conjugando e conversando sobre o que queremos e também sobre o que não queremos. É submersa nessa intimidade que uma relação deixa de ser imaginária para se tornar realidade.
Dia desses você não acordou bem. Te faltava o ar, te faltava o sorriso, te faltava a vida. Mas lá fui eu te notar, te resgatar. Você resistiu por medo de me machucar. No fim, prevaleceu o nosso mundo. Depois teve um outro dia em que eu acordei sem fôlego. Me faltava o sorriso e me faltava a vida mas, acima de tudo, me faltava você. Você não tentou me resgatar e isso me machucou mais do que se tivesse tentado. No fim, prevaleceu apenas você.
O amor nem sempre é como esperamos ou como achamos que merecemos. Às vezes o amor pega um atalho e desaparece sem deixar vestígios. Eu quis tanto sentir a sua falta que hoje não faz mais sentido. Saudades eu sinto. Saudades das cumplicidades. Saudades das parcerias. Saudades das gargalhadas. Saudades das felicidades que experimentamos. Saudades aos montes, é bem verdade. Menos de você. De você eu não sinto saudade como sinto de nós. São duas coisas completamente diferentes. São porque quando éramos amigos fomos grandes amantes. E quando deixamos a amizade de lado para nos dedicarmos somente ao amor, perdemos tudo. Você a vontade de me aproximar da sua vida e eu o desejo de permanecer nela.
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Imagem de capa: pexels