Pamela Camocardi

Antes de todo recomeço existe a necessidade do ponto final

Recomeçar. Está aí um verbo que me encanta. Não pela palavra em si, mas por tudo o que ela representa. A coragem da mudança, a esperança diante do novo e a capacidade de resiliência tornam a vida mais leve.

Não é porque a palavra “recomeçar” é bonita que sua aplicabilidade é fácil. Na verdade recomeçar é difícil demais porque envolve coragem, determinação e altas doses de inteligência emocional.

Os dias ficam maiores, o medo em ficar sozinho nos tortura e o arrependimento de que “deveríamos ter tentado mais” coloca nossa sanidade mental em xeque. Porém, apesar de tudo isso, a liberdade e a paz que os recomeços trazem faz toda e qualquer atitude valer a pena.

Diariamente vejo pessoas promovendo os recomeços como condição de felicidade e, sinceramente, acredito que sejam mesmo. O problema é que muitos querem recomeçar sem colocar um ponto final às coisas que lhes fazem mal e tentam, a todo custo, manter as situações como elas estão para não sentirem a dor da mudança.

Sejamos realistas: sem disposição, atitude e objetividade plano nenhum dará certo. Você não será capaz de viver um relacionamento sadio e duradouro se sua vida está desorganizada financeiramente e emocionalmente. Você não terá o emprego dos sonhos se dedica dezoito horas do seu dia trabalhando com o que não gosta. Você não será capaz de comprar o que deseja se gasta mais do que ganha mensalmente. É preciso entender que, antes de querer uma nova história, você precisa ser capaz de abandonar a antiga.
Para ser merecedor de um verdadeiro recomeço você precisar ser forte o suficiente para colocar um ponto final em tudo o que te distancia da sua essência (e isso engloba relacionamentos, profissão e sonhos).

Não deveria ser difícil colocar um ponto final em situações desgastantes, mas o motivo pelo qual isso se torna uma tarefa de gigantes é um só: as pessoas se acomodaram (e se acostumaram) com as situações abusivas e acreditam que viver do jeito que vivem é normal.

Infelizmente a covardia rouba a possibilidade de felicidade das pessoas, já que muitas não aceitam o fato das coisas não estarem bem e procuram convencer a mente de que viver assim é “normal”. Muitas pessoas acreditam que insistir nas histórias é bonito e usam como lema de vida o “é melhor se contentar com o que tenho do que arriscar algo que pode não dar certo”.

Antes de se acomodar em alguma situação, entenda que ofensas diárias não são normais. Traição não é algo que “todo mundo faz” e que o tempo não fará seu parceiro mudar de atitudes. Você precisa ser capaz de ver além do muro do comodismo e finalizar tudo o que destrói sua autoestima. Simples assim!

É bom ressaltar que, enquanto você adiar tomar atitudes necessárias, a conta das consequências sempre virá. Você precisa ser capaz de mais, de ir além, de acreditar que merece mais do que essa vida “morna” que você aceita viver.

O fim de um relacionamento não é o fim da vida. O emprego que te faz infeliz não é a sua única forma de sobrevivência e a sua vida financeira atual não será assim eternamente. Você tem o poder de mudar o curso da vida apenas tomando as decisões certas.

Portanto, quando a covardia quiser fazer morada, pare, respire e pergunte a si mesmo: qual é o meu limite? Quando você for capaz de responder a essa pergunta, você será capaz de ser verdadeiramente livre.

***

Pamela Camocardi

A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.

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