Antônio, uma vida inteira ao lado de Maria e seu sentido: ‘respeitar as pessoas e ser honesto’
Por Gabriela Gasparin
A vida de Antônio Francisco dos Santos, de 77 anos, em suas próprias palavras, não seria nada sem a de Maria Rodrigues dos Santos, de 72. Na virada de 2013 para 2014, eles viram juntos o ano chegar pela 59º vez seguida. É assim desde quando se casaram, em 1955.
No segundo dia de 2014, eu estava em Monguagá, no litoral de São Paulo, quando fui atrás de uma história de pescador para o começo do ano e voltei com um lindo conto de amor. Sozinho e quieto, Antônio foi o único na plataforma de pesca da cidade que me “fisgou” para uma conversa.
Só que a história dele não parecia fazer muito sentido sem a dela. Maria não estava pescando fisicamente com o marido por uma dor nas pernas, mas quando falava, o soldador aposentado revelava que a esposa estava, sim, ali. “Ela é muito bonita até hoje, não sei o que viu em mim.”
Maria tinha só 14 anos no dia do casamento, que foi no Rio Grande do Norte. Logo em seguida o casal veio para a capital paulista e 13 anos depois se mudaram para o litoral. “Viemos eu e ela juntos, sofremos juntos, trabalhamos juntos e estamos juntos até hoje.” Eles têm quatro filhos, nove netos e seis bisnetos.
Maria já foi até servente de Antônio quando ele trabalhou como pedreiro. Os dois construíram duas casas juntos em Mongaguá, para ajudar a completar a renda da aposentadoria.
O sentido da vida dele
E depois de um bom tempo falando sobre a vida vivida ao lado de Maria, Antônio demorou para encontrar as palavras para falar sobre o sentido somente da vida dele.
Humildemente, primeiro disse que não tinha estudo para responder uma pergunta como essa. “Não estudei quase nada. Não tenho muito estudo, nem sei responder, entendeu?”
Eu insisti: “E desde quando a gente precisa de estudo para falar sobre a vida, seu Antônio?”
Ele pensou, pensou… E disse: “Acho assim, o sentido da vida? É bom demais, coisa de Deus… Aproveitar os momentos, respeitando todo mundo, entendeu? Ser honesto… Principalmente isso. Sempre fazer o bem, é importante respeitar as pessoas.”
Para ver o mar
O aposentado disse que não é pescador, mas parou de trabalhar há alguns anos e na época pescava para passar o tempo. “Gosto de ficar aqui assim, só olhando para o mar. Estou aqui desde às 7h” – já eram quase 17h.
Mas quem o ensinou a pescar era Maria. “A minha esposa, ela sabe pescar. Ela que dá as dicas aqui, e os colegas também.”
Agora que Maria está com o problema de saúde, ele mesmo pesca e leva os peixes para casa. Disse que já chegou a tirar 17 pescadas do mar. “Depois ela dá um trato.”
Antônio contou que a esposa era costureira. “Ela começou como auxiliar de costura. Depois deram a oportunidade e ela acabou sendo professora de corte e costura. Desenha, faz tudo sob medida. Ah, eu sem ela não sou ninguém. Peço a Deus de ir primeiro, porque quem resolve todas as paradas é ela. Depois que eu aposentei, perdi a noção, larguei tudo na mão dela, ela que resolve tudo.”
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