Aos juízes de plantão: Nos concedam uma folga, julguem suas próprias vidas!

Imagem: Evart/shutterstock

Justiça é um tema lindo, tem a ver com igualdade, com proteção e equilíbrio. Já é uma tremenda virtude tentar ser uma criatura justa. No mínimo, pensar no assunto.

Mas entre exercer a justiça e julgar, aí tem uma rodovia esburacada de distância. A justiça que serve para mim, tem que servir para você e para todos.

Não existe essa concepção de justiça personalizada, que castiga uns e deixa impune outros. Sim, existe, e lamentavelmente vivemos uma era de justiceiros e transgressores, brigando por seus espaços, ainda que tomando territórios que não lhes pertence.

Aos juízes de plantão, aos que subitamente se vestem de justiça e se creem defensores e formadores de opiniões, se não fosse a platéia ávida por julgamentos e condenações, o que lhes restaria? A quem convenceriam?

A velha e conhecida máxima: – Macaco, olhe o seu rabo! – Nunca foi tão perfeita para essa classe de juízes da vida alheia, que ficam à espreita para pegar um deslize, uma derrapada, uma confissão mal contada, e então julgar, condenar e espalhar o fruto de suas duras conclusões.

Caros juízes! Ainda que eu não acredite na bondade de suas intenções, e ainda que eu não me lembre de ter solicitado ou acatado seus julgamentos, por uma questão de justiça, entendo os propósitos do seu passatempo. É justo buscar algo para se prender ou se entregar quando a própria vida não anda lá muito interessante. É justo mas não é bom!

Bom seria se, ao invés de juízes, buscassem ser mais parceiros, tentassem entender que o mundo e como se vive nele, é uma experiência individual. Julgar um crime é correto. Julgar um comportamento, uma escolha, um amigo, um irmão, um amor, uma possibilidade, uma esperança, é demonstração da mais profunda inabilidade humana.

O que é bom para mim e não é bom para você, ainda assim pode ser muito bom para mim. E durma com um barulho desses, ainda que batendo o martelinho e murmurando: Eu condeno!

Emilia Freire

Administradora, dona de casa e da própria vida, gateira, escreve com muito prazer e pretende somente se (des)cobrir com palavras. As ditas, as escritas, as cantadas e até as caladas.

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