Funcionários da Globo promovem protesto silencioso contra assédio moral e sexual no ambiente de trabalho nesta segunda-feira (22). Jornalistas, repórteres e até mesmo apresentadoras, como Ana Maria Braga e Patrícia Poeta, estão adotando a cor verde como forma de protesto, em resposta a um caso divulgado pela revista Piauí na sexta-feira (19). Eles exigem que a empresa tome medidas mais rigorosas e providências diante dessas situações. A Globo afirmou estar ciente do protesto e disponibiliza um canal de ouvidoria para receber denúncias.
O movimento recebeu o nome de Movimento Esmeralda, em referência à Esmeralda da Silva (nome fictício utilizado pela Piauí), uma engenheira que trabalhava no setor técnico da emissora e sofreu assédio por parte de quatro colegas. Como resultado, ela desenvolveu síndrome do pânico e depressão. O caso resultou em um processo na Justiça do Trabalho, que determinou o pagamento de uma multa de R$ 2 milhões por danos morais e impediu sua demissão. Atualmente, ela está afastada.
Os nomes dos acusados não foram revelados, mas de acordo com a revista, um deles ainda é funcionário da Globo. A emissora está recorrendo da decisão e o caso será julgado em breve pelo Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília (DF).
Esmeralda foi vítima de violência sexual e moral. Em um dos incidentes, um colega com mais de 20 anos de trabalho na emissora chegou a tapar sua boca com a mão e tentou estuprá-la em uma sala na sede em São Paulo. Além disso, a funcionária também sofria discriminação por ser da Paraíba, e seu sotaque era alvo de chacota.
A não demissão do agressor restante foi o ponto de partida para o início do movimento. A organização começou na sexta-feira (19) por meio de grupos de WhatsApp. Ao todo, mais de 300 profissionais, conforme apurado pelo Notícias da TV, se uniram para trabalhar vestindo verde, a cor da esmeralda. A maioria dos participantes é de São Paulo, mas também há profissionais do Rio de Janeiro, onde está localizada a sede principal da Globo. Ana Paula Araújo, âncora do Bom Dia Brasil, é um exemplo desse engajamento.
Nesta segunda-feira (22), o movimento, majoritariamente composto por mulheres, se organizou na sede da Globo em São Paulo, entregou um manifesto aos superiores e tirou fotos de apoio que foram divulgadas pela empresa. Os apresentadores de programas também decidiram se juntar ao ato.
Um dos nomes mais celebrados foi o de Ana Maria Braga. A experiente apresentadora conduziu o Mais Você nesta segunda-feira (22), vestindo verde em apoio ao protesto, após ter sido informada pela produção do programa sobre a situação. Ana Maria também expressou nos bastidores que está disposta a usar sua influência para contribuir no que for necessário para promover melhorias. Em entrevista ao Notícias da TV, a apresentadora confirmou que vestiu a cor de propósito como forma de apoio ao movimento.
Felipe Andreoli, apresentador do Globo Esporte SP, também participou do Mais Você vestindo verde. Surpreendentemente, Patrícia Poeta, apresentadora do Encontro, também tomou conhecimento do que estava acontecendo e optou por mostrar seu apoio no ar. Assim como Ana Maria, Patrícia se colocou à disposição para o que fosse necessário.
As lideranças do movimento irão se reunir com os superiores nos próximos dias para discutir as medidas adotadas pela emissora no combate ao assédio no ambiente de trabalho. Sugestões de melhorias também serão apresentadas. Por enquanto, não há planos para novos protestos além dos já ocorridos.
Após a publicação da reportagem, as jornalistas do movimento fizeram uma postagem no Instagram confirmando o ocorrido e explicando os detalhes do movimento.
“Quando uma de nós é assediada dentro da empresa, o problema é de todos. A história de Esmeralda foi publicada pela revista Piauí na última sexta-feira (19/05), nos provocando indignação e revolta. Precisamos sim ser ouvidas para que abusos assim não se repitam! Hoje usamos verde em apoio à Esmeralda e a todas as mulheres pelo nosso direito a um ambiente seguro de trabalho”, declara o comunicado.
Procurada pelo Notícias da TV, a Globo afirmou estar ciente do protesto e apoiar a livre manifestação. A emissora ressaltou que permite que seus funcionários denunciem casos graves de assédio, seja ele moral ou sexual. Abaixo segue a nota na íntegra:
“A livre manifestação dos profissionais da empresa está em total alinhamento com a nossa gestão de transparência e diálogo permanente. De qualquer forma, a Globo reitera que não comenta casos de Compliance e aproveita para reiterar também que a empresa mantém um Código de Ética em linha com as melhores práticas atualmente adotadas, que proíbe terminantemente o assédio e deve ser cumprido por todos os colaboradores, em todas as áreas da empresa.
Da mesma maneira, a Globo mantém uma Ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação de seu Código de Ética, que são apurados criteriosamente, com a punição dos responsáveis por desvios. Nesse mesmo Código, assumimos o compromisso de sigilo em relação a todos os relatos de Compliance, razão pela qual não fazemos comentários sobre as apurações.
Nosso sistema de Compliance também prevê o apoio integral aos relatantes, proibindo qualquer forma de retaliação em razão das denúncias”.
Veja uma postagem no Instagram do movimento:
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Redação Conti Outra, com informações do Notícias da TV.
Foto destacada: Reprodução/TV Globo.
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