A colorista digital mineira Marina Amaral vêm ganhando cada vez mais destaque internacional devido ao trabalho que realiza com excepcional talento e sensibilidade: colorir fotos antigas que retratam parte da história da humanidade.
Aos 25 anos, ela foi chamada de “mestre da colorização” pela revista Wired. Seu trabalho também já foi reconhecido por reportagens na BBC, Forbes, Deutsche Welle, RT, Washington Post, Vox e The Times.
Marina é idealizadora e realizadora do projeto Faces of Auschwitz, que preenche com cores uma parte da história cinzenta do campo de concentração na Alemanha. “Eu tinha feito uma proposta ao Memorial de Auschwitz, que guarda as fotos dos prisioneiros, em 2016. Mas o pessoal ficou um pouco receoso. Só que quando eu postei a foto daquela menina de 14 anos na internet, eles viram que o trabalho era legal. Depois, até replicaram e aí consegui ter acesso ao material”, disse ela.
12 March 1943 | 14-year old Polish girl Czesława Kwoka (camp no. 26947) was murdered in #Auschwitz with a phenol injection into the heart. She was deported by Germans from Zamość region as part of their plan of creating „living space” in the east. [a thread – 1/4] pic.twitter.com/evdX9MpoL9
— Auschwitz Memorial (@AuschwitzMuseum) March 12, 2018
A menina citada pela artista é Czeslawa Kwoka, de 14 anos, prisioneira do campo de concentração, executada em 1943. O Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, liberou quase 40 mil fotos para que a artista pudesse compor o projeto.
Em entrevista ao G1, Marina contou conta que seu trabalho é todo feito pelo Photoshop e que cada retrato leva quase duas horas para ficar pronto. “É preciso fazer uma pesquisa para tentar encontrar as cores mais parecidas com a realidade. No caso das fotos do campo de concentração há uma facilidade. O uniforme é padrão, né? Para saber a cor da pele, dos olhos, dos cabelos, há documentos que descrevem as características de cada prisioneiro. No certificado de óbito também é possível encontrar esses detalhes. A gente também buscar saber de que cor era o triângulo bordado no uniforme que identificava os prisioneiros”, disse Marina.
O projeto Faces of Auschwitz, que pode ser conferido acessando este link, contará também com um documentário, ainda sem data prevista de estreia. O trabalho ficará em exposição na cidade de Curitiba (PR) a partir de 31 de março, contando também com fotografias do período da escravidão brasileira digitalmente coloridas.
Marina Amaral também assina dois livros junto com o historiador australiano Dan Jones e está trabalhando em uma série dedicada ao período da ditadura militar no Brasil, resgatando documentos e fotografias da época.
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