As 7 lições que podemos aprender com o bambu japonês

Existem muitas florestas de bambu espalhadas pelo Japão e seu uso é bastante extenso. Não só no Japão, como também em muitos países, o bambu é considerado uma planta nobre e sagrado. É símbolo da multiplicação e da generosidade. No Japão e na China acredita-se que seu tronco oco, serve de morada aos deuses.

O bambu apesar da sua simplicidade, é uma das árvores mais resistentes que existem. É tão durável quanto o concreto e a sua tração é comparada ao aço. Suas utilidades abastecem diversos setores da economia e da sobrevivência humana, através da alimentação, da produção do álcool, celulose, reflorestamento, artesanato, decoração, movelaria, estruturas, construções, entre outras coisas.

Porém, não são somente suas incontáveis utilidades que podemos extrair do bambu. Ele também é capaz de nos passar verdadeiras lições, as quais podemos muito bem aplicá-los em nossa vida cotidiana e nos tornarmos pessoas melhores e mais realizadas.

O texto abaixo foi adaptado pelo site Japão em Foco e  é  baseado no texto do site Prezentation Zen (em inglês) e também de um trecho do livro “Buscai as coisas do Alto”, páginas 119 à 121, da AUTORIA do Pe Leo, onde ele se baseia em uma antiga lenda que faz parte da filosofia Zen budista e se chama “As 7 verdades do Bambu”.

1° lição: Se curva mas não quebra

Umas das principais lições do bambu é em relação à humildade. Mesmo com a mais suave brisa é impressionante notar como os troncos dos bambus balançam. Mesmo estando fortemente enraizado, o bambu se deixa levar pelo movimento do vento, nos mostrando que mesmo com sua fundação sólida, ele é leve e flexível.
Ao se mover com o vento e não lutando contra ele, o bambu nos ensina que a vida flui bem melhor quando levamos a vida com mais tolerância e leveza e pra isso é preciso termos humildade, seja para reconhecer um erro, voltar atrás e pedir desculpas, ou para sermos mais flexíveis e menos duros em relação à vida, à nossa família, às demais pessoas que nos rodeiam e inclusive em relação à nós mesmos.
Isso ocorre graças às suas raízes profundas, que levam anos para serem formadas até que o bambu comece a dar o ar da sua graça. E depois que ele cresce é muito difícil arrancá-lo do chão, pois o que ele tem para cima, ele tem para baixo. Isso também se aplica à nossa vida, pois quando criamos raízes sólidas, menos chance teremos de nos desvirtuarmos dos nossos objetivos e das nossas metas.

2° lição: A fragilidade é somente aparente

O bambu mesmo não sendo frondoso e nem alcançando alturas memoráveis como outras árvores que existem por aí, se mostra forte em relação às condições climatéricas extremas, nos provando que sua fragilidade é somente aparente. É surpreendente notar como ele suporta bravamente invernos e verões extremos e como ainda conseguem se manter em pé, mesmo após um tufão devastador.
Portanto, por mais que você se sinta fragilizado, desanimado e para baixo, não deixe de acreditar na força que existe dentro de você e nem se subestime, achando-se inferior aos outros. Se você acreditar em si e continuar em pé como o bambu, perceberá o quão forte é a sua capacidade de não se deixar derrotar.

3° lição: Vive sempre em comunidade

Os bambus estão sempre unidos uns aos outros e essa lição pode ser aplicada em nossa vida: Ninguém pode ser feliz sozinho e as pessoas precisam uma das outras para se sentirem completas. É preciso aprendermos a cultivar o espírito de grupo e ajudarmos uns aos outros, pois quando as forças se unem, fica bem mais fácil atravessar os obstáculos e adversidades que a vida nos impõe.

Infelizmente nos dias atuais, as pessoas no geral estão se tornando mais individualistas e se distanciando umas das outras. Essa busca incessante pelo isolamento nos faz pensar sobre os valores da amizade e da solidariedade e a lição que o bambu passa é de que sozinhos não somos nada, mas se temos amigos por perto, deixaremos de ser apenas uma gota de água na imensidão do oceano

4° lição: Não se deixar derrotar pelas adversidades

Durante o inverno rigoroso, os bambus chegar a de curvar de tanta neve sobre eles, porém mesmo ficando por tanto tempo envergado, assim que a neve cai ou derrete, o bambu volta ao seu lugar como se nada tivesse acontecido. Como algo que é oco por dentro e aparentemente tão leve, consegue aguentar um fardo tão pesado e ao se livrar dele, voltar majestosamente à sua posição vertical, sem sequelas?

A razão é que o bambu tem por todo seu tronco algo parecido com nós e são eles que dão ao bambu a força e a resistência para suportar todas as suas adversidades. Em nossa vida, os nós podem estar representados através das pessoas que amamos e que estão sempre junto de nós para nos ajudar a enfrentar as dificuldades da vida.

5° lição: Busca a sabedoria no vazio

O interior oco do bambu nos lembra que muitas vezes, enchemos nossos pensamentos com nossas próprias conclusões preconcebidas e com isso não deixamos espaço para mais nada. Não se pode encher um copo se ele já está cheio. Para receber conhecimento, temos que estar abertos à tudo que é novo e diferente.

Portanto, devemos esvaziar nossa mente de tudo que não irá acrescentar nada em nossas vidas e que somente nos faz perder nosso tempo. Quando esvaziamos a mente, retirando todos os preconceitos, orgulhos e medos, nos tornamos mais abertos às possibilidades e às oportunidades de aprender cada vez mais.

6° lição: Cresce sempre e sempre para o alto

O bambu é uma das plantas que mais crescem no mundo, e o melhor – Só crescem para o alto. Pense que assim como o bambu, você também tem um potencial incrível para crescer. Devemos sempre olhar para o alto e seguir adiante com nossas experiências. O céu deve ser nosso limite, assim como o bambu.

Na vida precisamos ter metas e evoluir sempre, mesmo que não se perceba o próprio progresso. O bambu cresce mais rápido em torno da estação chuvosa. Às vezes, podemos também ter “estações” onde crescemos mais e outras “estações”, que crescemos menos. No entanto, é importante que o crescimento seja contínuo.

7° lição: Procura buscar a simplicidade

O bambu tem galhos pequenos e ele nos ensina que não devemos perder tempo criando galhos enormes. Esses galhos seriam as coisas materiais e inúteis, nas quais muitas vezes nos apegamos desnecessariamente, se esquecendo que desta vida, nada disso se leva, a não ser a experiência e a sabedoria que adquirimos ao longo da vida.

Isso significa que não devemos perder tempo com coisas que não nos levarão a lugar nenhum. Ao invés disso, devemos focar em nossas metas e buscar na simplicidade um degrau para a nossa subida. Não será tomando o espaço do outro com seus galhos ou então usá-los para demonstrar “soberba” e “arrogância” que nos trará felicidade.

Às vezes, gastamos muito do nosso tempo tentando mostrar que somos isso ou aquilo, talvez para convencer os outros – e a nós mesmos – que somos dignos de atenção e elogios. Nem nos damos conta que a simplicidade também pode impressionar as pessoas. Que sejamos como o bambu: Simples e útil.

***

Você, assim como nós aqui da Conti outra, é um grande admirador da cultura japonesa?

Acompanhe também o site de origem dessa matéria: o “Japão em Foco

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