Por Marina Barbieri, via Deuruim
Sou da teoria de que as pessoas deveriam entrar em nossas vidas apresentando currículo e carta de recomendação.
E para evitar que possíveis ressentimentos antigos estraguem a avaliação, seria exigido no mínimo três recomendações.
Imagina que maravilhoso se você tivesse sido avisada de que aquele seu ex já era um psicopata insano antes mesmo de se apaixonar pela pessoa que ele fingia ser?
Isso poderia ter te livrado de tanta dor de cabeça.
Ou aquela louca mentirosa que fingia ser centrada e equilibrada. Imagina se você pudesse ter sido avisado de quem ela realmente era antes mesmo de se envolver com ela?
Talvez ela não estivesse te perseguindo até hoje.
As pessoas fingem. As pessoas enganam. Ninguém aparece com cartão de visitas escrito “problemas”. Elas aparecem com um sorriso cativante, com uma conversinha mole, com um charme irresistível, com um olhar hipnotizante. E quando você descobre o que realmente se esconde por trás do belo disfarce, já está dentro dessa água até o pescoço.
O problema é que todo mundo sempre acha que não vai acontecer no seu quintal. Acha que vai saber identificar o problema antes mesmo dele aparecer. E que esse tipo de coisa só acontece nas outras vizinhanças.
A gente se acha foda demais, não é mesmo?
Vivemos repetindo afirmações tolas como “eu conheço ele” ou “ela nunca faria isso”, quando na verdade ninguém conhece ninguém.
Se às vezes não conhecemos nem a nós mesmos, quanta prepotência a nossa de acharmos que conhecemos o outro.
Eu chamaria de “verificação de antecedentes comportamentais amorosos”.
Não é para saber detalhes sem importância dos relacionamentos passados e nem pequenas intrigas ou picuinhas. É para saber a única coisa que realmente importa antes de abrir a porta da vida: essa pessoa é confiável para entrar no meu mundo?
A maioria das pessoas merece uma chance, um voto de confiança. A maioria das pessoas é capaz de nos acrescentar algo. Mesmo que não dure, mesmo que não seja para sempre, mesmo que acabe. Não precisa ser eterno para ter seu valor. Assim são as relações humanas. Elas duram o tempo que precisam durar. E no tempo que duram, deixam sua lição.
Mas existe uma pequena porcentagem de pessoas que não servem nem para lição. Não servem de aprendizado. Não servem de experiência. Não servem de nada. Essas pessoas simplesmente não servem na vida.
Quando se esbarra com uma pessoa dessas, a definição de filha da putisse muda. Defeitos não te incomodam mais tanto. Afinal, são só defeitos e todo mundo tem. Até você.
Mas caráter não.
Alguns tem.
Enquanto outros nem sabem o que é isso.
E a porta da vida, para essas pessoas, deveria permanecer eternamente fechada.
Não deveriam entrar nem para fazer figuração.
A postagem original e outros artigos podem ser vistos no Blog da autora.
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