O segundo episódio da série documental ‘Bateau Mouche: Naufrágio da Justiça’, lançado na última terça-feira (25) pela Max, reconstrói os momentos finais das 55 vítimas do naufrágio ocorrido na virada do ano de 1988 para 1989. Entre os passageiros do barco estava a atriz Yara Amaral, uma das grandes estrelas da teledramaturgia brasileira, conhecida por papéis marcantes em novelas da TV Globo como “Dancin’ Days” (1978), “Cambalacho” (1986) e “Anos Dourados” (1986).

Uma tragédia marcada por presságios
Yara Amaral tinha 52 anos quando embarcou no Bateau Mouche IV para celebrar o Ano-Novo ao lado da mãe, Elisa Gomes, e do casal Dirce e Silvio Grotkowski, proprietários da empresa de cosméticos Payot. A atriz, que não sabia nadar, havia adiado o passeio por três anos antes de finalmente decidir participar. Seus filhos, Bernardo e João Mário, que tinham 13 e 15 anos na época, desistiram de ir e preferiram passar a noite na casa de amigos.
Um mês antes do acidente, Yara comentou com a família sobre um sonho recorrente com a morte na água. “Desde pequena, eu sempre tive a impressão de que um dia uma onda me levaria”, revelou durante um almoço, quando os filhos brincaram sobre o fato de ela não saber nadar. A premonição se tornou realidade na noite do naufrágio, vitimando tanto Yara quanto sua mãe, Elisa.
A verdadeira causa da morte
Ao contrário do que se pensava inicialmente, Yara Amaral não morreu afogada. Em entrevista concedida ao portal Splash em 2021, sua sobrinha, Larize Ferreira Amaral, revelou que a atriz sofreu um infarto ao perceber a água invadindo o barco. “Quando ela foi ao banheiro e viu a água subindo no vaso sanitário, ela teve um ataque cardíaco. Na verdade, ela não morreu afogada, ela teve um infarto só de ver a água entrando no barco”, explicou. Segundo Larize, a condição do corpo de sua tia, que não apresentava inchaço pela ingestão de água, confirmava essa hipótese.

A série documental da Max traz novos depoimentos e detalhes sobre a tragédia do Bateau Mouche IV, um dos maiores desastres náuticos da história brasileira. O naufrágio, que ocorreu devido à superlotação e a falhas estruturais da embarcação, resultou em uma investigação controversa e impunidade para os responsáveis.
Com novas perspectivas e relatos emocionantes, a produção resgata memórias dolorosas e reabre debates sobre a segurança e a responsabilidade no setor de turismo marítimo.