Uma cepa multirresistente da bactéria Klebsiella pneumoniae foi identificada pela primeira vez no Nordeste do Brasil, segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet Microbe. A descoberta foi feita por um grupo de pesquisadores apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que alerta para a possibilidade de disseminação global.
A bactéria foi isolada de uma paciente de 86 anos que apresentou quadro de infecção urinária e morreu apenas 24 horas depois de ser internada. O sequenciamento do genoma da cepa resistente revelou que ela já havia sido detectada anteriormente nos Estados Unidos, o que indica que a bactéria pode estar circulando em diferentes regiões do mundo.
“Ela é tão versátil que se adapta às mudanças de tratamento, já que adquire facilmente outros mecanismos de resistência não contemplados pelas drogas existentes ou pela combinação delas. É possível que se torne endêmica nos centros de saúde em nível mundial”, explicou Nilton Lincopan, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenador do estudo.
A Klebsiella pneumoniae é considerada um patógeno oportunista e, em pacientes com imunidade baixa, pode causar infecções graves, como pneumonia e infecções urinárias, com alta taxa de mortalidade. A principal preocupação dos pesquisadores é que a bactéria multirresistente não permite muitas opções terapêuticas, exigindo medidas rigorosas de contenção para evitar sua disseminação.
“Em nível hospitalar, pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ou em tratamento para outras patologias podem adquirir infecção secundária, como pneumonia. Sem tratamentos disponíveis e com o sistema imune deprimido, muitas vezes podem ir a óbito”, afirmou Lincopan.
O pesquisador também lidera a plataforma One Health Brazilian Resistance, que monitora dados epidemiológicos, fenotípicos e genômicos de microrganismos classificados como de “prioridade crítica” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A iniciativa, que conta com o apoio da Fapesp, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates, busca identificar precocemente a circulação de bactérias perigosas e colaborar para o desenvolvimento de novas estratégias de combate a esses patógenos.
De acordo com o protocolo padrão para casos de cepas multirresistentes, uma vez identificada, a bactéria é imediatamente informada à vigilância epidemiológica local, o paciente é isolado, e medidas preventivas rigorosas são aplicadas para evitar a transmissão em ambiente hospitalar. Esse controle é essencial para limitar a disseminação de infecções, que podem atingir principalmente pessoas com sistema imunológico comprometido.
O estudo reforça a necessidade de intensificar a vigilância e o desenvolvimento de novos medicamentos que possam ser eficazes contra patógenos multirresistentes, como a Klebsiella pneumoniae, que já representa uma ameaça crítica para a saúde pública global.
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Fonte: Revista Fórum.
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