Imagem de capa: Letting Go-Creative Commons, Gnuckx
Bora devolver para a vida a escolha de juntar ou separar, conceder ou retomar, esclarecer ou confundir.
Há coisas que não são nossas, embora cuidemos com todo o amor do mundo e tentemos proteger das decepções e perigos que nos assustam.
A decisão do outro não é nossa. Nem o gosto, nem os senões, nem sequer a opinião, a dúvida.
A duração de um relacionamento também não nos pertence. Podemos contribuir para a prosperidade desse encontro, mas também, e, na maioria das vezes é o que fazemos, acelerar o processo de desgaste na crença de sermos os proprietários da relação.
O que pensam e concluem a nosso respeito tampouco faz parte da lista dos nossos bens. Tememos perder estima, respeito, autoridade, consideração… Mas nada disso nós temos. É tudo emprestado, consignado, com prazos que se estendem, mas, que também findam, ainda que nos agarremos com força.
Não faz sentido carregar tantos planos, arrastar incertezas, puxar consigo inseguranças e inconstâncias, na crença romântica de ter a posse e o controle dos resultados.
O resultado da vida é a conta que multiplica a coragem que se tem de encarar a realidade, ainda que não seja o que a gente sonhou. E não querer segurar nem prender nada nas mãos, nem na bolsa, nem nas chantagens e atitudes sequestradoras do que é espontâneo e genuíno.
A coação não convence ninguém a ficar por vontade. Nem antes, nem depois. O agrado em demasia não encanta nem seduz, apenas cansa.
Truques, macetes e chantagens só expõem a fragilidade de um investimento condenado ao fracasso.
O que não é nosso, não é necessariamente do outro. Pode ser do encontro, da empatia, do sentimento de união e fortalecimento que nasce. E, às vezes, não vinga, não se torna nosso. É deixar rolar, contribuir, se dar e aprender a libertar! Essa escolha é inteira e felizmente nossa!