Ao idealizarmos a pessoa amada, muitas vezes, torcemos para que ela seja sincera, justa, sensata, honesta e amorosa. Que ela tenha iniciativa e determinação. Que ela seja paciente e compreensiva conosco, mas quase sempre não pensamos na importância dela ter mãos firmes que segurem forte.
A vida é como um lindo oceano que se apresenta para nós, por vezes, calmo e raso e, por vezes, turbulento e revolto. Ao iniciarmos um relacionamento é comum supormos o que está por vir, mas nem sempre conseguimos mensurar os percalços e imprevistos que estão pela frente.
Podemos, no limiar da vida, calcular, em teoria, todas as possíveis dificuldades que enfrentaremos no futuro, mas somente quando elas nos assolam é que realmente entendemos o que significam. Muitos são exímios nadadores e preferem enfrentar a vida dando braçadas solitárias, mas aos que mergulham de cabeça no amor e, estão dispostos a nadar longos percursos juntinhos, é importante terem a noção de que mais importante que o cabelo feito e as unhas impecáveis, são os dedos entrelaçados com furor. É a vontade de fazer dar certo.
Nessa imensidão que é a vida vamos, em muitos casos, dar braçadas em vão, seguir rumo a ilhas imaginárias e, depois de muito nadar, não encontrar nada daquilo que imaginávamos. Se estamos nadando de mãos dadas com a pessoa amada, esse é o momento de apoio e compreensão. A vida, quase sempre, se apresenta repleta de miragens e equívocos. Equívocos esses que nos assolam repetidas vezes com câimbras. Nesse momento um apoio, um estímulo e um gesto de confiança podem resgatar o melhor em nós e garantir a longevidade do relacionamento.
Muitas vezes, nesse nosso nado duplo, precisaremos puxar a pessoa que amamos com força, em outras precisaremos ser puxados. Em nossa vida haverá momentos de ondas fortes, de tempestades e correntezas. É importante mantermos a calma e acreditarmos em objetivos comuns para não sermos tragados pelas águas da incerteza e do desânimo.
Amar é saber diminuir o ritmo para estar ao lado da pessoa amada ou, o contrário, dar braçadas mais velozes para isso. É saber doar e saber receber. É perdoar e ser perdoado. É saber que o amor acontece em dias bons e em dias ruins. É estar disposto e acreditar.
Comumente, a correnteza puxa, os dedos doem, mas é importante que no amor estejamos juntos. É importante que aprendamos a nadar de mãos dadas, nem que para isso precisemos inventar uma nova modalidade de nado sincronizado. E essa inusitada modalidade não requer calmaria e maré branda. Ela requer amor, esforço, determinação, e, principalmente, mãos firmes dispostas a segurar.
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