Tirando algumas exceções, não é como se o amor sempre batesse na porta e encontrasse um canto reservado e à espreita para acontecer. Porque colocar tudo de você, esperando e supondo, não fará com que ele chegue mais rápido. Amor nenhum deve chegar às pressas. Encontre paz antes de qualquer começo, antes de ser sorteado nessa romântica loteria.
O idealismo proposto pelo amor é tentador. Você imagina os carinhos e as trocas com alguém especial. As mensagens, as ligações para saber se está tudo bem. Vai levando ao pé da letra o manual da conquista e das etiquetas amorosas. Mas esquecemos do outro lado. Relacionamentos íntimos não são brinquedos de ego. Satisfazer o grande sonho do “amor de uma vida inteira” nem sempre trará a tranquilidade esperada. Talvez seja por isso que, depois de um tempo, amores terminem. Essa urgente expectativa maltrata até os menos sensitivos do encontro.
Em vez de maquinar no coração como estar junto é imprescindível, dê passagem para um pouco de solidão. Gaste um tempo consigo. Receba e admire o mundo de oportunidades apresentadas. Cuide da sua própria serenidade, antevendo uma possível premiação da vida. O amor é um conjunto de responsabilidades. Equilíbrio, entende?
Quem sabe, de repente os espaços de agora sejam motivos para inteiros mais adiante. Não dói ter cuidado. Cansativo é quando você ultrapassa etapas em nome do amor. É bem diferente de entrega, de permitir-se amar. Não pressione os organismos da felicidade. As nuances do romantismo também respiram por aparelhos, se você deixar.
Calma, nada de pânico. Você quer ver, sentir e tocar o amor com a máxima passada pelas novelas e filmes hollywoodianos. O amor não é um abismo no qual você é empurrado, assim, uma única vez. O amor ainda é um bicho indefinido e impreciso. Compreendê-lo leva tempo e saudade. Por isso ser harmonia é tão essencial antes do início de qualquer caso de amor.
Imagem de capa: Before We Go (2015) – Dir. Chris Evans