De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, 56,6% é o percentual de pessoas que se declaram negras no Brasil. Elas são, portanto, a maioria da população. Ainda assim, essa é a primeira vez que uma mulher negra se elege para um cargo público em Curitiba.
A professora Carol Dartora foi a terceira candidata mais votada para a Câmara dos Vereadores de Curitiba nas eleições deste domingo (15) e garantiu um lugar no Legislativo a partir de fevereiro. A vitória dela é histórica e representativa de um país que está abrindo os olhos para a importância da representatividade feminina e negra em todos os setores da sociedade.
Carol, que é historiadora formada pelo UFPR em 2008, há bastante tempo defende as bandeiras do movimento negro e do feminismo. Depois que começou a dar aulas na Rede Pública do Paraná, passou também a militar na APP-Sindicato, que representa os professores e trabalhadores de ensino do Estado. Hoje é diretora licenciada de Mulheres, Trabalhadoras e Direitos LGBTI.
Angariando mais de oito mil votos, Carol se tornou a primeira negra a se eleger para qualquer cargo público em mais de 300 anos de Curitiba – nunca houve vereadoras ou deputadas negras na cidade.
Em entrevista ao site Plural, ela disse que pretende guiar seu mandato pela questão racial. E, claro, também por suas outras bandeiras, como os direitos das mulheres e a defesa da Educação Pública.
“Acho uma pena quando um negro se elege e não se diz representante da pauta racial. Eu não posso deixar de ver o mundo pelo que eu sou, uma mulher negra e trabalhadora”, afirma. Segundo ela, Curitiba tem de parar de tornar invisíveis seus negros. “Não podemos continuar com esse discurso de cidade europeia, há uma imensa população negra aqui”, diz ela.
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Redação Conti Outra, com informações do site Plural.
Foto destacada: Reprodução/Facebook.