Há momentos em que a gente se dá conta da passagem de tempo, e o susto é inevitável. Um dia vivíamos o dilema de escolher a profissão, no outro, nos pegamos pensando na aposentadoria. E num piscar de olhos estaremos nela.
Nessas horas eu me pergunto sobre as prioridades, sobre as necessidades, sobre as vontades que temos, todos nós, em relação à vida. Pensar que os anos passam disciplinadamente rápido e levam consigo parte das nossas vidas, provoca uma reflexão sobre coisas que só mesmo o tempo tem poder para enfrentar. Como queremos que o tempo passe por nós? Sabemos organizar a vida para que tudo aconteça a seu tempo? Ou deixamos o tempo levar o que queremos?
Queremos informação, conhecimento, desenvolvimento de habilidades. Estudamos, nos especializamos, viramos mestres, doutores, sumidades em determinados assuntos. A negociação com o tempo envolve grande esforço, mas muito prazer e reconhecimento também.
Queremos segurança, dinheiro no banco, uma casa, um carro, estabilidade, poupança para viagens… Alguns de nós conseguem tudo. Muitos de nós conseguem parte. Parte de nós não consegue, ou abre mão de conseguir. Isso vai depender de muitas coisas, mas também de quanto tempo será investido. Tempo este que não dá garantias. Hoje estamos, mas amanhã, quem sabe? E quanto mais queremos, mais tempo teremos que negociar.
Queremos nos divertir, viver a vida, contabilizar aventuras, ver o mundo, abraçar os amigos, brincar com os filhos, brindar, cantar, amar, não deixar a festa acabar. E nessas horas, digam o que quiserem, mas o tempo dá sempre um jeito de passar mais rápido. Guardamos pedacinhos desse tempo em milhares de fotografias, filmes, recordações, mas mesmo assim ele não volta.
No final, não importa o que queremos nem quanto tempo isso leva de nossas vidas. O que vale é entender como nos acertamos com esse tempo, como negociamos para que ele seja aliado dos nossos desejos ,necessidades e aspirações, de forma que, ao final do nosso tempo, possamos constatar que vivemos em harmonia com o tempo, a vida que escolhemos ter.
Que não tenhamos motivos para lamentações sobre tempos perdidos ou desperdiçados. Isso sim é uma forma cruel de matar o tempo.
“Cada minuto que passa é um milagre que não se repete”
(Chamada da extinta rádio relógio, há muito tempo atrás, que também já ficou no passado).
Carpe Diem, portanto, todos os dias!
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