Vanelli Doratioto

Não existe armação. Todo caminho sempre se anuncia antes mesmo de começar.

Pare de procurar respostas. Esquece isso de se culpar. Desde o começo ele não tinha intenção de ficar. Se você pudesse esticar o pescoço veria atrás dele uma fila de mulheres decepcionadas.

O mundo gosta de testar se você realmente está pronto para lutar pelo que acha correto, justo e viável. Ele gosta de testar se você está realmente preparado para lutar pelos seus sonhos.

Ontem, a vida colocou em meu caminho uma pessoa em outra pessoa. A vida retornou aquilo que não foi bem resolvido. A vida deu-me a chance, libertadora, da fazer tudo diferente.

Acredite, a sua primeira impressão acerca de algo estranho, que foge da normalidade, que não é bom para você e para os outros, está sempre certa. O convencimento acerca da valia de um grande outdoor em nossos jardins vem depois e junto dele quase sempre um monte de justificativas que nos desviam da nossa verdade, do nosso caminho, da nossa real essência.

Um pacote de pipoca, um cheiro, um beijo. Todos nós temos o poder de voltar no tempo. De reviver o que foi bom através da nossa memória afetiva. Mas para ter o que lembrar a vida pede que a gente se entregue. Que a gente a experimente com as mãos. Assim um dia, quando a gente olhar para trás, vai ter tanta coisa bonita pra lembrar que vai ser difícil escolher para qual felicidade voltar.

Eu te perdoo, mas nesse meu novo caminho não há espaço para você. Eu aprendi a ver beleza no chão que piso, a agradecer a chance de recomeçar. As nuvens não me pertencem mais. Agora eu sou inteira desse mundo e vou fazê-lo perfeito para mim, sem você.

Um dia, quando o tempo levar quase tudo, quando os anos pesarem nas costas e a memória buscar uma razão, lá escondido no silêncio, estará o amor não vivido.

A gente sabe que não é amor quando as dificuldades superam as vontades. Quando as prioridades passam a habitar coisas distantes de nós. Quando existe uma infinidade de desculpas para adiar a proximidade.

O cachorro nos faz lembrar que somos seres dotados de uma capacidade imensa de dar e receber carinho e sobretudo que, como humanos, precisamos nos comunicar afetivamente de forma presencial.

Se abrace, se ame e tome distância de quem parece cordial, bonzinho e amigo, mas não é.

Um dia a gente decide que existem outros olhos, outras peles, outras paisagens. A gente decide sentir um prazer imenso em ser o que somos e tira os espinhos dos pés sorrindo. A gente cansa de caminhar sobre brasas. A gente cansa de sorrir enquanto chora por dentro. A gente entende que precisa escolher o melhor para nós. Que a gente precisa ser cuidadoso com as nossas escolhas. Que elas podem nos levar para perto ou longe de nós.

Pessoas disponíveis costumam amargar duras perdas sentimentais. Pessoas disponíveis são experts em serem apunhaladas pelas costas por aqueles em quem confiaram, por aqueles que um dia amaram sem medida. Pessoas disponíveis ignoram os sinais do amor e vão tentando tudo para não serem descartadas por quem lá atrás já descartou a possibilidade de amar verdadeiramente faz tempo.

Se me perguntassem qual poder eu gostaria de ter, eu diria que gostaria de ter o poder de quebrar copos. Queria poder estilhaçar os copos daqueles que brindam bebendo a mentira. Queria poder transformar cristais em cacos cada vez que alguém brindasse a tristeza e a humilhação de alguém.