Franco “Fati” Nuñez caminha 17 quarteirões todos os dias para ir trabalhar, em uma vidraria chamada Centenário. Ele começou a procurar um carro acessível para comprar, mas optou por comprar materiais para construir sua casa e deixou de lado a ideia de investir em um veículo. Nesta segunda-feira (25), o seu patrão Eduardo Fonseca surpreendeu-o e deu-lhe um carro de presente para lhe agradecer pelo excelente desempenho nos últimos cinco anos: “É um funcionário muito trabalhador”.
Eduardo começou a trabalhar aos 13 anos em uma vidraria. Desde então, ele teve diversos empregos, a maioria deles relacionados a materiais de construção e vendas. Há seis anos e meio ele se demitiu do último emprego e decidiu abrir sua própria vidraria. “Saí sozinho. Tenho um ofício, sei, sei fazer e sou apaixonado por ele”, enfatizou.
Franco é o seu empregado mais antigo e já o acompanhou em seu projeto há cinco anos, desde a primeira oficina que montou em casa, com chão de terra e sem telhado, com apenas duas folhas de vidro.
Com muito suor e dedicação, o negócio de Eduardo prosperou. Seu funcionário de confiança o acompanhou em todo o processo e seu chefe quis agradecê-lo de maneira especial.
Há alguns meses, ele acompanhou Franco para comprar um carro. “Fomos ver um Renault 12 que estava muito podre, que o motor não estava funcionando e eu disse a ele para não gastar dinheiro com isso”, disse ele.
Então, Nuñez decidiu desistir de comprar um veículo e, em vez disso, investiu seu dinheiro em materiais para construir sua casa. Porém, Eduardo sabia que o funcionário ainda precisava de um carro, já que todos os dias caminha 17 quarteirões para chegar ao seu local de trabalho.
“Fiz uma pesquisa para ver se encontrava algo e encontrei um Duna que não precisasse fazer nada mecânico e com todos os papéis em dia, pronto para a transferência”, disse. Na tarde de segunda-feira ele pagou o carro e à noite convidou o funcionário para comer alguns sanduíches, com o objetivo de surpreendê-lo com o presente.
Quando Franco chegou ao local marcado, não encontrou os sanduíches, mas encontrou algo muito melhor. Seu chefe comprou um carro para ele como forma de agradecimento por seu excelente desempenho ao longo de cinco anos. “É um ótimo trabalho”, frisou.
Os demais funcionários, Ricardo e Gabriel, longe de sentirem ciúmes, ficaram na verdade bem felizes pelo parceiro. “Eles têm um história linda nesses anos de trabalho. Todos choraram de emoção”, disse.
Surpreso com a repercussão da iniciativa, Fonseca destacou: “Fui emporegado quase toda a minha vida e, quando me tornei chefe, pensei: ‘Não vou ser como eles foram comigo. Vou ser um chefe diferente, mais do que um chefe; um líder’. Quero que todos crescam juntos. Se eu progredir, eles terão que progredir comigo. Deve haver oportunidades iguais.”
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Redação Conti Outra, com informações de Río Negro.
Fotos: Reprodução/Río Negro.