Há alguns meses, uma matéria foi amplamente divulgada pela mídia nacional e internacional denunciando trabalho escravo na China e um pedido de socorro.
Na realidade, o episódio aconteceu há alguns anos e Zhang-que pedia ajuda- escreveu o pedido de socorro em 2008.
Keith comprou o brinquedo em 2011 e o bilhete foi encontrado em 2012 –, mas ganhou os noticiários, novamente, neste mês de novembro. Isso porque a CNN encontrou o escravo chinês autor da carta e, sob garantia de anonimato, conseguiu que ele concedesse sua primeira entrevista contando os horrores que viveu em Masanjia.
Segundo Zhang, ele foi levado ao campo de trabalho forçado pela própria polícia chinesa, pouco antes dos Jogos Olímpicos de Verão que aconteceram em Pequim, em 2008. O motivo? O mesmo que levou outras milhares de pessoas a serem escravizadas em Masanjia: divergências políticas e religiosas. Zhang era seguidor de um movimento espiritual chamado Falun Gong, que desde 1999 era proibido pelo governo chinês por ser considerado um “culto maligno”.
Condenado a passar 2,5 anos no campo de trabalho forçado – onde a tortura era mais intensa para aqueles que, como Zhang, recusavam-se a mudar suas crenças políticas e religiosas –, o chinês decidiu pedir ajuda por carta. Foram 20 bilhetes escritos na “ilegalidade”, com papel e caneta contrabandeados, e só um deles teve o destino que Zhang esperava. Cerca de três anos depois que o pedido de socorro foi escondido no brinquedo, Keith comprou o produto em um mercado dos EUA e encontrou o bilhete 12 meses depois.
Hoje, Zhang está livre e Masanjia, aparentemente, foi desativado. O chinês, no entanto, continua lutando por aqueles que não tiveram a mesma sorte que ele e continuam escravizados na China. Segundo Zhang, ainda há muitos campos de trabalho forçado no país asiático. Confira, na íntegra, a entrevista concedida à CNN.
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