POR ALEKSANDAR ILIC
Quando se compara a produtividade de um notívago à de uma pessoa de hábitos diurnos (ou madrugadora), a conclusão estereotipada é que o trabalhador notívago leva grande desvantagem. Ele sempre foi visto pelos empregadores como uma alternativa precária: estes hábitos noturnos supostamente afetariam sua produtividade. Bem, com a expansão do “universo da internet” – cujos habitantes são, em grande parte, ardorosos notívagos, muitos estudos recentes têm olhado para os notívagos sob uma perspectiva completamente nova.
Você talvez ache que a sua energia se esgota num ritmo regular ao longo do dia, até que se sinta cansado e pronto para dormir. Este é um equívoco, pelo menos no que se refere a pessoas ativas durante a noite. Segundo os resultados de um estudo, os notívagos atingem um pico de energia, normalmente à noite. Neste momento, sentem-se revigorados e prontos para o trabalho.
Isto prejudica os seus padrões de sono, mas sem dúvida é excelente em termos de produtividade – uma vantagem que os madrugadores não têm. Estes tendem a gastar sua energia ao longo do dia, e não atingem picos de energia no período da manhã, logo depois de acordar. Este fenômeno se limita às pessoas acostumadas a uma rotina noturna ativa.
Muitos talvez encarem isso com ceticismo, mas se você analisar os fatos, e pesquisar sobre o passado de pessoas bem-sucedidas, verá que esta frase tem um fundo de verdade. Barack Obama, atual presidente dos EUA, é um notívago assumido; e a lista de pessoas bem-sucedidas que preferem trabalhar à noite é bastante longa. Vários estudos já confirmaram a hipótese de que os notívagos têm maior probabilidade de alcançar o sucesso. Portanto, não se preocupe: você está em boa companhia.
Embora não haja regras fixas e isto não deva ser visto como um fato consumado, um estudo realizado pela London School of Economics and Political Science parece indicar uma nítida correlação entre o QI mais elevado, a capacidade de adaptação e a pré-disposição genética ao ritmo de vida notívago. Satoshi Kanazaw, especialista em psicologia evolucionista e responsável pela pesquisa, classifica esse tipo de comportamento como uma “inovação da evolução”, o que basicamente significa um desvio em relação ao comportamento comum de nossos ancestrais.
Um estudo realizado por uma equipe mista de cientistas, da Bélgica e Suíça, analisou o comportamento de 16 madrugadores e 15 notívagos, a fim de comparar a produtividade e a concentração destas pessoas. No início da jornada, o desempenho de todos foi bastante similar, mas a partir da décima hora de trabalho, aproximadamente, os madrugadores começaram a desacelerar o ritmo.
No estudo, a equipe usou imagens de ressonância magnética para o monitoramento das regiões do cérebro responsáveis pela capacidade de concentração e de atenção. A responsável pelo experimento foi a professora Christina Schmidt, mas os resultados do projeto – que envolveu uma grande equipe – foram publicados num artigo da revista Science. Nossa capacidade de concentração está diretamente relacionada à produtividade e, nesse sentido, o quadro geral é muito mais favorável aos notívagos.
Mesmo assim, os notívagos têm uma chance três vezes maior de serem acometidos pela depressão, segundo estudo publicado no Psychiatry and Clinical Neuroscience, e isso pode ser atribuído a dois fatores. A menor exposição à luz solar pode provocar a deficiência de vitamina D, o que pode levar à depressão. Convém que você leve isso em consideração, e fique atento ao equilíbrio de sua alimentação, a fim de compensar esta deficiência.
Mas nada melhor do que ter um estilo de vida natural; portanto, tente tirar uma semana de férias, respirando ar fresco e expondo-se ao sol. Vale lembrar que o hábito de ficar acordado e ativo em plena madrugada poderá afetar a sua socialização com as pessoas, o que pode, em última instância, levar à depressão. Se você for capaz de prestar atenção a esses dois fatores (a exposição ao sol e a importância da socialização), verá que é muito mais eficiente do que julgava ser.
No livro Sleepfaring: A Journey Through the Science of Sleep [Dormir bem: Uma viagem pela ciência do sono], John Horne explica que os notívagos têm uma facilidade muito maior do que a dos madrugadores para adaptar-se à jornada de trabalho típica, 9-17h. Se você estiver realmente determinado a mudar, logo se dará conta de que é capaz de readaptar-se muito rapidamente, e continuar sendo produtivo. E lembre-se: caso necessário, você poderá recorrer ao estímulo adicional de energia a que seu corpo está habituado, no período noturno; se você realmente precisar de um tempo extra para resolver questões profissionais, poderá contar com esta energia.
A crença de que as pessoas com o “mau hábito” de manter a atividade durante a noite, e dormir até mais tarde pela manhã, não passa de um mito já ultrapassado – e não deve ser um critério de peso para as empresas, na hora de recrutar um funcionário. Afinal, cerca de ¼ da população mundial tem estes traços genéticos; portanto, os responsáveis dos departamentos de R.H. das empresas devem estar atentos para não basear suas decisões em preconceitos antiquados e, com isso, correr o risco de não contratar profissionais talentosos.
Além disso, com a expansão do modelo de comércio online e a globalização do ambiente profissional, a jornada típica, 9-17h, está em processo de gradativa extinção. Parece, portanto, que o quadro está ficando mais favorável aos notívagos. Grande parcela dos profissionais freelance que trabalham online se enquadra nesta categoria, e a maioria deles aprecia a liberdade proporcionada por esta rotina de trabalho.
Do original: 5 Reasons Why Night Owls Are Highly Productive, de ALEKSANDAR ILIC .
TRADUZIDO exclusivamente para CONTI outra pelo tradutor e revisor LUIS GONZAGA FRAGOSO
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