Clarice Lispector

Clarice Lispector foi uma escritora e jornalista. Nasceu no dia 10 de Dezembro de 1920, em Tchetchenilk, na Ucrânia. O seu nascimento ocorre durante a viagem de emigração da família judia em direção à América, desanimados com sucessivas guerras internas e constante perseguição antissemita, gerando fome e miséria. Poucos meses depois a sua família chega ao Brasil, e fixam-se em Recife, cidade onde a futura escritora passou a infância. Clarice perdeu a mãe tinha 9 anos e mudou-se com a restante família – o pai e a irmã – para o Rio de Janeiro, em 1934, decisão de Pedro, pai de Clarice, com o intuito de construírem uma nova vida. Os três membros da família ficam a morar numa casa alugada perto do Campo de São Cristóvão. Em 1935, mudam-se para uma casa na Tijuca. Clarice começa a ler livros de autores nacionais e estrangeiros mais conhecidos. Decorre o ano de 1939 quando inicia os seus estudos na Faculdade Nacional de Direito. A par dos estudos Clarice faz traduções de textos científicos para revistas e trabalha como secretária. Depois de terminar o curso a escritora casa-se com um colega de faculdade. Em 1942 publica a sua primeira obra: “Perto do coração selvagem”.

Em 1944, acompanhou o marido, Maury Gurgel Valente, diplomata de carreira, para Nápoles, Itália, em plena Segunda Guerra Mundial. Clarice mostrou-se dividida entre a obrigação de acompanhar o marido e ter de deixar a família e os amigos. Em 1948 Clarice fica grávida do seu primeiro filho, Pedro, que vem ao mundo a 10 de Agosto, em Berna, Suíça. Para ela, a vida na Europa é de “miséria existencial”. No ano seguinte a escritora volta para o Rio de Janeiro. Em 1952 Clarice engravida e volta a trabalhar em jornais brasileiros. Todavia, em Setembro desse ano, embarca para a capital americana onde permanecerá por oito anos. Aí instalada, Clarice inicia o esboço do romanceA Maçã no Escuro’. O seu segundo filho, Paulo, nasce em 1953. Depois de Itália e Suíça, Clarice acompanha o marido até Inglaterra, mas só nos Estados Unidos, ela conhecerá o renomado escritor Erico Veríssimo, com quem trava uma longa amizade.

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De 1957 a 1959 o seu casamento vive momentos de tensão, dando sinais de um fim iminente. A separação dá-se no início da década de 60, com Clarice regressando com os filhos para o Brasil. Nesse ano turbulento é dado à estampa ‘Laços de Família’, o seu primeiro livro de contos. Em 1961 recebe o Prémio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, por ‘Laços de Família’. Lispector dedica-se, quase exclusivamente, a escrever e a traduzir para diversos idiomas várias obras estrangeiras. Em 1965 a situação financeira de Clarice é muito difícil. No ano seguinte, um incêndio na sua casa provoca-lhe inúmeras queimaduras pelo corpo, tendo Clarice ficado dois meses hospitalizada. Este acidente mudaria em definitivo a vida de Clarice. As profundas cicatrizes fazem com que a escritora entre no árduo labirinto da depressão. Instala-se, assim, um desequilíbrio interior que mudará a sua vida para sempre.

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Em 1974, o seu cão lhe morde o rosto, fazendo com que Clarice Lispector se submeta a cirurgia plástica reparadora. É agraciada, em 1976, com o Prémio concedido pela Fundação Cultural do Distrito Federal, pelo conjunto de sua obra. Em 1977 é-lhe diagnosticado um cancro. Um mês depois, na véspera de seu aniversário, Clarice Lispector morre em plena actividade literária (escrita e tradução) e gozando do prestígio de ser uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.

“Fique de vez em quando só, senão será submergido. Até o amor excessivo pode submergir uma pessoa.”

“Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.”







Vive na Madeira, ilha portuguesa onde nasceu Cristiano Ronaldo, o melhor jogador de futebol do mundo. É cinéfilo e melómano, mas é no mundo dos livros que passa maior parte do tempo, e por isso diz ser um grande bibliófilo. Em Portugal, o seu blogue literário — http://silenciosquefalam.blogspot.pt —, existe há mais de 5 anos e é parceiro de mais de 40 editoras. Em ‘Silêncios que Falam’ ele já postou mais de 300 resenhas críticas, sobre livros de géneros literários vários.