Imagem: Iakov Filimonov/Shutterstock

Você já teve alguém na sua vida que você quis muito? Que você pensou meios e mais meios de conquistar essa pessoa? Que você já se desvirou e teve que modificar alguns comportamentos para se tornar mais atrativo para o outro? Você já teve que procurar meios e técnicas de conquista?

Já percebeu que, muitas vezes, queremos mudar algumas de nossas características para nos tornarmos mais atraentes para o outro? É como se fosse um efeito camaleão, mudamos de cor para nos adaptar ao que é o outro – na verdade, a imagem que temos do outro.

Como um camaleão, mudamos características nossas para que o outro goste de nós.

Diante disso, o que poderíamos fazer para conquistar alguém?

  • Arrumarmo-nos da melhor forma possível;
  • Esbanjar objetos materiais;
  • Fazer piadas para o outro rir;
  • Concordar com tudo o que o outro fala;
  • Gostar das mesmas coisas e frequentar os mesmos lugares do outro;
  • Agir carinhosamente e, depois de um tempo, sumir e esnobar o outro;
  • Fazermo-nos de difíceis e sem tempo;
  • E outros jogos.

Acredito que você já tenha ouvido ou lido sobre esses conselhos sobre como conquistar alguém, não é? Será que eles ajudam mesmo a conquistar? Se sim, será que por muito tempo?

Imagine: você ser diferente do que sempre foi para entrar nesse jogo de sedução. Isso soa meio estranho, não é? Eu estou dizendo, basicamente, que eu não sirvo para o outro e que, por isso, tenho que modificar quem eu sou para caber na fôrma do outro. Isso está relacionado com a nossa imaginação/projeção, uma vez que o outro, na maioria das vezes, em nenhum momento exige isso de nós.

Quando tudo é uma novidade, caímos nessa armadilha, cada vez mais comum na nossa sociedade, mas o tempo vai passando e você vai enxergando melhor essa situação. Você fica cansado de ter que mudar de cor feito um camaleão para que o outro possa gostar de você.

Uma coisa a ser dita é que esse pensamento camaleão tem seu fundamento: nós tendemos a gostar do que é semelhante. Gostamos de pessoas que pensam igual a nós, que se arrumam como a gente, que se comportam igual, que usam as mesmas palavras que nós, que vão aos mesmos lugares que também freqüentamos, ou seja, gostamos de reconhecer a nós mesmos na outra pessoa.

Só que tem uma coisa que é esquecida nessa teoria:

O diferente nos cativa

Algo que é diferente nos emociona; o diferente nos surpreende; o diferente nos faz enxergar por outro ângulo; o diferente nos faz pensar; o diferente nos liberta da nossa zona de conforto; o diferente nos apaixona.

Imagine que você vai a um parque de diversões. Lá, você encontra vários brinquedos já conhecidos: montanha russa, roda gigante, trem fantasma, kabum. Só tem aquela atração que é própria do parque. Ela é tão diferente do que você pode imaginar, que é a que mais o impressiona e emociona. Até quem tem medo se emociona de pensar em ir (risos). Assim, o que é diferente e foge às nossas expectativas é que nos atrai. Isso aguça a nossa curiosidade, impressiona e nos faz querer experimentar.

Esse pensamento também pode ser ampliado para pessoas. Já teve aquela pessoa para quem você não dava nada e, quando conheceu melhor, viu o quão diferente era ela e por isso se apaixonou? Viu qualidades que talvez você não tivesse, mas que as valorizava; viu atitudes diferentes das suas que o impressionaram; ouviu palavras diferentes do seu vocabulário, que fizeram você querer ouvir mais; sentiu um gosto diferente naquele beijo, que não era o mesmo dos outros. E isso pode ter encantado você como nenhum outro.

Por que ser você mesmo não é a solução para conquistar a outra pessoa?

Você é uma pessoa agradável para você? Você é interessante para você? Você muda quando tem que mudar por você? Você gosta das suas ideias e dos seus pensamentos? Você se ama?

Se você respondeu sim a uma ou a mais perguntas acima, então está na hora de tomar consciência do quão importante é ser você mesmo. Veja o quão maravilhoso e interessante você é.

O ponto principal aqui é ser autêntico. Inventamos 1001 maneiras para conquistar o outro, só que, no final, acabamos nos esquecendo e nos anulamos.

O que comento aqui é que você não precisa se tornar alguém diferente – você só precisa ser você mesmo. Como ser você mesmo? Sendo, sem medo do que o outro esteja pensando sobre isso. Esse é um dos pontos na nossa vida que não exige esforço. Se você está se esforçando muito para que o outro goste de você, então algo pode estar errado.

Ser autêntico é a oportunidade de mostrar ao outro o quão impressionante e único você é.

Você precisa preencher totalmente a fôrma do seu bolo, sem se comparar com a fôrma do bolo do outro. É ser o que você nasceu para ser. É você se tornar a sua marca, o seu padrão, o seu melhor. O ser único e especial que você é.

Perceba o quão especial foi para você nascer e estar ai onde você está hoje. Quão único é o seu caminho e a sua trajetória. É um direito, dever e necessidade sua ser o Ser Humano único que você é, com diversas qualidades e “defeitos”.

Não se preocupe tanto em agradar o outro, agrade a si e quem lhe pertencer seguirá com você.

Convite

Se você está passando por essa situação, leia abaixo:

Diga ou imagine-se dizendo para aquela pessoa que você não tem como conquistá-la que, na verdade, a única coisa que pode fazer para ela gostar de você é se mostrar como é, sem esforço. Então, se, assim, ela perceber que gosta e quiser conhecer melhor a beleza que você é, vocês ficarão juntos. Entregue para ela o que você é, a sua expressão. É isso que vai fazer você ser diferente de outros.

Porém:

Se ela não perceber isso, também não tem nada que você possa fazer (risos). Nós não temos o controle do outro, sobretudo dos sentimentos. O outro é livre, assim como você; não tente prendê-lo com truques e máscaras. Diga, enfim:

É uma pena, mas, por algum motivo, não teremos uma relação. Você não terá a oportunidade de conhecer o grande que sou e eu também o grande que você é. Saberei que fiz o meu melhor. Deixo você com todo amor. Sou grato.

Perceba a paz que você sente e que qualquer sentimento ruim vai desaparecendo aos poucos. Essa é a real liberdade e você é livre nesse exato momento. Isso não tem preço.

Quando você faz algo sem autenticidade, apenas para mostrar para o outro, é quando sentimos medo, porque nossa ação não é genuína, ela não vem do coração. Mas quando nós fazemos algo autêntico, que vem do coração, então não há medo. Quando nós seguimos aquilo que vem naturalmente e a nós mesmos em nossa vida, isso nos traz abundância e prosperidade – Sri Sri Ravi Shankar.

Virgilio Magalde

Engenheiro de Formação, que largou o mundo corporativo para seguir o sonho de ser professor na área. Filósofo, escritor e poeta de coração. Atualmente desenvolvendo o hábito de ser blogueiro. Possui formação em coaching e se interessa sobre assuntos de desenvolvimento pessoal, relacionamentos, meditação, espiritualidade e demais explicações sobre o que vemos e sentimos.

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