Theodore Roosevelt disse certa vez que “a comparação é a ladra da alegria“. Vista superficialmente, trata-se apenas de mais uma citação dessas que rolam pelo Facebook. Porém, ao refletirmos sobre seu significado, vemos que é uma ilustração poderosa e precisa de como a comparação pode ser tóxica para a criatividade.
A comparação está longe de ser uma mentalidade inofensiva. Ela é uma armadilha fácil de cair e pode destruir carreiras e relacionamentos. Sabe aquele papo de “a grama do vizinho é sempre mais verde“? Se atualizarmos essa citação popular, podemos trocar a grama pelo Instagram ou SnapChat e o verde por algum adjetivo da moda.
O fato é que muita gente está querendo ter a vida mostrada por blogueiras de moda ou por empreendedores do Vale do Silício. E a verdade? A verdade é cruel. Poucos a terão. Mas isso não quer dizer, necessariamente, que o que você vive ou viverá é ou será ruim. O problema está na comparação. Comparar seu sucesso com o de terceiros pode ter um efeito devastador sobre o seu potencial criativo. Essa obsessão em perseguir padrões pré-estabelecidos de pessoas bem sucedidas pode ter um efeito oposto e lhe impedir de alçar voos mais longos.
Se você está na faixa dos 20, assim como eu, aposto que já se pegou pensando sobre como aquele(a) fulano(a) teve aquela ideia matadora aos 22 e ficou milionário(a). Ou então sobre aquela blogueira da sua idade que é paga para viajar o mundo. A melhor maneira de lutar contra isso é entender exatamente como a comparação funciona e como ela pode abalar o seu estado emocional. Aqui vão algumas dicas para você lidar com isso.
A comparação é dramática
Quando você compara sua situação à de outras pessoas, normalmente tem duas conclusões:
1) Você é o cara.
2) Você está longe de ser o cara e sua vida é, com o perdão da palavra, uma bosta.
Geralmente, a conclusão está no item 2. Afinal, você quer estar no topo e, acredite, sempre terá alguém melhor ou que pensamos ser melhor que a gente.
O grande problema da comparação é que ela não permite uma interpretação diferenciada de como sua vida está indo. Quando nos comparamos com alguém, deixamos o meio termo de lado. Agora, se você remove esse tipo de pensamento e foca no que está na frente de você, em suas ações do dia a dia e em como pode melhorá-las, fica mais fácil sair da bosta.
Se seu objetivo é ser uma blogueira de moda, você deve ler tudo a respeito do assunto, pesquisar quem são e o que fazem as maiores referências do mercado e, o mais importante, começar seu blog. Se sua vontade é ser um(a) empreendedor(a), o conselho é o mesmo. Leia, pesquise, estude e comece. E o começo é duro, então, não se martirize comparando seu trabalho com o de quem já alcançou o sucesso. Isso irá minar sua criatividade.
A comparação é a pior métrica
Peguemos o exemplo do Instagram. Os filtros utilizados nas fotos são uma analogia perfeita ao que acontece. A vida mostrada por lá é filtrada. Viagens, cafés, restaurantes caros, férias na praia, home office impecável. Quem vê, imagina uma vida perfeita e a comparação se torna inevitável. Você sente inveja e fica na bosta.
Mas, pense comigo: quem publicaria seus fracassos nas redes sociais? Quem faria um vídeo contando suas inseguranças? Ok, há uma meia dúzia que fazem isso, mas o ponto não é esse. A vida apresentada no Instagram ou no SnapChat é uma falsa realidade. É uma versão filtrada do cotidiano. Portanto, medir seu dia ruim baseado em publicações filtradas de outras pessoas não é a melhor métrica para definir seus sucessos.
“A comparação é a ladra da alegria“
Roosevelt disse isso num tempo em que não existiam as redes sociais. Como indivíduos vivendo na era da informação instantânea e perseguindo o trabalho dos sonhos, devemos sim nos inspirar no sucesso alheio e procurar aprender com quem chegou lá, porém, com uma ressalva: nossos prazos não têm que ser exatamente os mesmos.
Tenho 27 anos e muita gente com menos idade já teve muito mais sucesso que eu no que me proponho a fazer. A questão é que as pessoas chegam ao auge da carreira em idades diferentes. Uns aos 20, outros aos 30 e alguns até aos 60, como foi o caso de Roberto Marinho, que fundou a TV Globo quando tinha 62 anos de idade. E, até lá, você terá uma série de pequenos sucessos pelo caminho, então desfrute-os e tenha criatividade para aproveitar as oportunidades que surgem das nossas pequenas vitórias.
A idade não pode ser um limitador. Ela é só um número. Tudo tem seu tempo, vai por mim.