Na efervescência da literatura contemporânea brasileira, um marco histórico se firma com a imortalização da renomada escritora Conceição Evaristo na Academia Mineira de Letras. Nascida em Minas Gerais, Evaristo será a primeira mulher negra a ocupar esse posto de destaque, assumindo a cadeira número 40, que tem como patrono o Visconde de Caeté. A solenidade de posse está marcada para o próximo dia 8 de março, justamente no Dia Internacional da Mulher.
A notícia foi recebida com entusiasmo e reconhecimento tanto dentro quanto fora dos círculos literários. Em declaração à imprensa, o presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão, enfatizou a importância de celebrar a diversidade e dar voz às expressões plurais da literatura nacional. “É fundamental que personalidades negras sejam lembradas e reconhecidas por suas contribuições à cultura”, afirmou Brandão.
Maria Esther Maciel, acadêmica e escritora, destacou o papel de Evaristo como uma das mais significativas vozes da literatura contemporânea, ressaltando sua representatividade para as mulheres negras e sua valorização dos saberes afro-brasileiros. Para Maciel, a escolha de Conceição Evaristo é um “grande acontecimento literário e político-cultural para Minas e o Brasil”.
Conceição Evaristo, além de ser uma ficcionista e ensaísta de renome, é reconhecida por sua trajetória marcada pela sensibilidade e pela capacidade de dar voz às experiências e vivências da população afro-brasileira. Sua carreira literária teve início em 1990, com a publicação na série Cadernos Negros, coordenada pelo grupo Quilombhoje, em São Paulo.
Entre suas obras mais célebres estão “Ponciá Vicêncio” (2003), “Becos da Memória” (2006), “Poemas da Recordação e outros movimentos” (2008), e “Insubmissas lágrimas de mulheres” (2011). Seus livros foram reeditados e publicados por diversas editoras, incluindo Pallas, Malê, e Editora Nandyala, esta última sediada em Belo Horizonte, Minas Gerais.
As obras mais recentes de Conceição Evaristo, como “Canção para Ninar Menino Grande” (Pallas) e “Macabéa: flor de Mulungu” (Oficina Raquel), continuam a afirmar seu lugar de destaque na cena literária nacional e internacional.
A imortalização de Conceição Evaristo na Academia Mineira de Letras não é apenas um reconhecimento de sua excelência literária, mas também um marco na luta pela representatividade e diversidade na cultura brasileira. Seu legado perdurará como inspiração para futuras gerações de escritores e leitores ávidos por histórias que reflitam a pluralidade e riqueza do povo brasileiro.
Com informações de Alma Preta