No estado do Espírito Santo, na cidade de Sooterama, há uma mulher fazendo o impossível para que crianças recebam uma educação de qualidade; o nome dela é Edicléia Feliz. Ela é a pessoa que faz as aulas, quem prepara os alimentos e ainda acumula o cargo de diretora.
Sua rotina começa antes do raiar do dia. Logo pela madrugada se levanta, arruma um dos seus filhos e leva até a casa da babá e depois segue para estrada; no caminho descobrimos que ela ainda tem mais uma função para alguns dos alunos; ela é motorista. A escola Unidocente de Ensino Fundamental Córrego Patioba é um colégio pequeno, mas isso não significa que cuidar de 30 alunos seja uma tarefa tranquila. Para quem nunca teve a experiência de entrar numa sala de aula, imagine-se simplesmente tendo que organizar 30 crianças num espaço; a tarefa por si só já é complicada.
Mas Edicléia carrega o peso de ter que ensinar os conteúdos escolares, cuidar de assuntos externos à sala de aula e ainda preparar a comida para os estudantes. O mais surpreendente nessa história é que diante disso tudo encontramos um desempenho bom. No programa de avaliação educacional, a escola de 1 profissional só obteve 100% de aproveitamento.
É claro que o heróismo de Edicléia não deveria ser necessário; com investimento e priorizando a educação das crianças, o ideial é que houvessem mais profissionais trabalhando para atendê-las. Temos aqui uma heroína, entre tantos outros trabalhadores apaixonados da Educação, que enfrentam o vilão do descaso público.
Edicléia, a parte disso tudo, conquistou a admiração dos pais e vários que ficaram sabendo de seu trabalho desejam matricular seus filhos para ter aulas com ela. A Secretária de Educação por sua vez, até o momento, informa que está realizando um estudo para viabilizar a contratação de mais profissionais. Nossa heroína, ao ser perguntada pelo Gazeta Online, sobre qual ajuda gostaria de receber, manteve o silêncio, emocionando-se.
Imagem de capa: Reprodução: Tv Gazeta