Se você acha que faz ideia de tudo o que uma mãe é capaz de fazer por amor a um filho, espere até conhecer essa história que bem poderia ser enredo de novela. A americana Cecile Eledge, de 61 anos, deu à luz a sua própria neta na semana passada ao emprestar sua barriga para a gestação do bebê de seu filho homossexual e do marido dele.
Cecile disse, em entrevista à BBC, que se ofereceu como barriga de aluguel quando Matthew, seu filho, e Elliot, marido dele, disseram que queriam constituir uma família. De início, todos acharam que a sugestão de Cecile fosse uma brincadeira. Mas quando o casal começou a pesquisar opções para ter um bebê, um médico especialista em reprodução assistida disse a eles que a oferta de Cecile poderia ser uma opção viável.
Cecile passou por uma entrevista e por uma bateria de testes e recebeu a luz verde de que poderia emprestar a barriga para a gestação da neta. A partir daí, Matthew forneceu o esperma e a irmã de Elliot, Lea, doou os óvulos; e então a corajosa Cecile, aos 61 anos, engravidou.
Apesar da idade avançada de Cecile, a gravidez transcorreu tranquilamente, embora ela tenha sentido mais efeitos colaterais do que nas gestações de seus três filhos anteriores.
Sobre o momento em que confirmou a gravidez através de um teste de farmácia, ela conta que foi um momento de grande alegria, acompanhada por leve “choque” por parte de seus dois outros filhos, os irmãos de Matthew.
Mas a gestação não foi um processo fácil. Embora o casamento gay tenha sido legalizado desde a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em 2015, Nebraska não possui leis estaduais que punam a discriminação com base na orientação sexual. Até 2017, o Estado proibia a adoção de crianças por casais homossexuais.
Cecile diz que também lutou, sem sucesso, para que seu plano de saúde pagasse suas despesas médicas – que teriam sido cobertas se ela estivesse parindo seu próprio filho. E devido a uma lei que designa a pessoa que dá à luz como mãe, a certidão de nascimento de Uma inclui Cecile como mãe, ao lado de seu filho, excluindo Elliot. “Esse é um dos pequenos exemplos que criam obstáculos para nós”, diz.
Cecile conta que decidiu compartilhar sua história para combater manifestações de ódio contra a comunidade LBGTQ+ e mostrar que “há esperança lá fora”.
“Estou aprendendo a não levar nada para o lado pessoal”, diz ela sobre as reações negativas. “Em última análise, temos uma família, temos amigos, temos uma comunidade enorme que nos apoia.”
Uma semana após o nascimento da menina Uma Louise, Cecile diz que ela e sua neta passam bem.
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Com informações de G1
Imagens: Ariel Panowicz
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