Imagem de capa: KIRAYONAK YULIYA, Shutterstock
Não foi por pouco, mas por muito. Precisei entender que a minha felicidade só depende do olhar no qual enxergo o mundo. É quando permito que a alma fique aos cuidados de um coração corajoso, disposto e sonhador. É sobre deixar transparecer o que importa.
Marasmos não me inspiram. Faço questão de recolher, em cada vida tocada, vontades e quereres. Um bocado de liberdade para respirar, uma xícara de amor para recordar e duas colheres de sentimentos cheios para compartilhar. A receita é das mais antigas, mas funciona. Porque é necessário acreditar que, até nos dias mais pesados, sempre existirá uma ponta de sobrevivência a ser reconhecida.
E ainda que o corpo esteja dolorido e imerso num estado profundo de decepções, nada fará desaparecer essa minha reviravolta de completude. Porque sou capaz de externar sorrisos quando o mundo me dá lágrimas. E também por saber que fins justificam novos inícios.
Então preste atenção, não interceda. Não tente me calar. Não tente nem mesmo me fazer mudar de ideia. Sou tempestade e compreendo o meu próprio ritmo. Atingi um nível de maturidade que flerta com a ousadia. Cheguei em um patamar onde invento a melhor forma de amar. Porque, para tudo isso sair, tive que alcançar um pouco mais de mim. Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade. Agora começo a viver de verdade.
Título inspirado na canção Sereníssima, de Renato Russo e Dado Villa-Lobos.