Tem horas que a garganta da gente fica pequena para tanta palavra engolida, para tanto choro espremido. A garganta dói. O peito aperta. Os olhos ardem porque perderam o jeito para desaguar. Nó na garganta que aperta o peito e faz arder os olhos.
Tem dias que a gente fica embasbacada com o rumo das coisas e com a falta de rumo das pessoas. A gente se perde em caminhos, qual andarilhos que largaram tudo e saíram por aí, em busca de uma vida menos densa e com menos bagagens, mas acabaram por apegar-se a um canto qualquer, porque a liberdade é por demais assustadora.
Tem semanas que os dias se atropelam, parecem folhinhas que caíram de um calendário e foram misturadas com o vento, a poeira do caminho, as paisagens que deixamos de apreciar e as estrelas que esquecemos de admirar. Voam sorrateiras, levando com elas os livros que deixamos de ler, os filmes que deixamos de ver, os amigos que deixamos de abraçar a vida que esquecemos de viver.
Amanhece, anoitece. Amanhece, anoitece. E a gente se esquece de arranjar um tempo para deixar o amor entrar, para deixar o apego sair, para deixar a alegria ficar e o medo partir. Amanhece, anoitece. A gente ignora o sol, não aproveita a chuva, se esquiva do vento e se perde no tempo. Esse tempo das horas obrigadas, submetidas, comprometidas.
Tem meses que atravessam nossas ampulhetas pessoais, qual areia fina; escorrem; desmancham-se em cenas borradas, numa sequência de falas que não foram ouvidas e silêncios que não foram aproveitados. Quadros de Monet a nos retratar, difusos, escoados, etéreos.
E lá se foi outro ano, nos meses que se dissolveram em semanas, que desaguaram em dias, que se perderam nas horas que não vimos passar, ou que custaram uma eternidade para que se cumprisse uma volta perfeita dos ponteiros.
Para os que se apaixonaram e descobriram no beijo de alguém a cura para a falta de sabor dos dias, o tempo tem asas velozes. Voa qual mariposas, encantadas pela luz.
Para uma mãe que vela a febre de um filho, sem poder dormir, a noite se arrasta. Parece que o dia se esqueceu de amanhecer e que o pano escuro que toma o céu decidiu não arredar pé, decidiu morar ali para sempre.
O tempo que é tão traiçoeiro porque não o podemos conter, cerca-se de uma nobreza usurpada. Vive a rir-se de nós. Zomba de nossa dócil submissão aos seus caprichos e decretos. Prende-nos numa rede de falsa proteção e nos mantém ali, quietos, envoltos, amarrados. Nós do tempo a nos roubar laços de vida.
Até que, de repente, nossa alma desperta e se liberta desse jugo obediente. Até que nos damos conta de que estamos presos por nós que podem ser desmanchados, desfeitos, cortados. Os nós estão apertados porque nós escolhemos assim. Nossa insegurança nos fez reféns das amarras.
Está em nossas mãos transformar celas afetivas em campos infinitos de amorosidade. Uma vez desatados e libertos, provaremos o gosto subversivo e inquietante da liberdade que alarga o peito e desamarra a garganta. E nunca, nunca mais, haveremos de trocar laços que libertam por nós que submetem.
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