Por Elika Takimoto
Já fui neta e namorada. Hoje às vezes sou sobrinha e tia, quando posso. Filha sou todo dia, mãe até quando estou dormindo e esposa desde que me casei. Cunhada, raramente e prima, só quando viajo. Irmã eu gostaria de ser por mais tempo e nora por bem menos. Madrinha sou de dois e afilhada, de ninguém. Sogra vai ser um problema e não quero ser viúva. Pensando bem, não quero ser sogra também.
Temente à Deus fui somente na infância, ao Diabo, nunca. Professora sou somente pelas manhãs e a tarde sinto falta. Escritora serei um dia, doutora daqui a quatro anos e flamengo até morrer. Até parece. Dançarina nunca quis ser e caixa de supermercado só quando era criança. Boa aluna quando era bem menor e rebelde fui sem causa. Médica não serei nunca e gorda quando perder o controle. Míope eu sou desde os doze e mocinha também. Por fora, um pouco japonesa; por dentro, completamente negra. Sou cega de vez em quando e quando velha serei surda. Sou esperta. Mentira. Ingênua. Em tempo algum. Mentira. Não sei.
Confundo-me com o que falam a meu respeito.
Todos os cômodos da minha casa tem relógios, inclusive nos banheiros. Ser eu mesma tem me consumido muito tempo. Sempre quis fumar, beber eu não consigo, mas às vezes me inebrio. Não consigo dormir, comer e nem ir ao centro da cidade sem companhia. Minha força não está na solidão. Preciso sempre ser orientada e jamais busquei a independência.Quando durmo sonho muito. Acordada, muito mais. A dor do parto não me incomodou e queria senti-la novamente. Tenho muitas dores de cabeça e essas sim me importunam. Quero chorar vendo uma ópera, mas enquanto não consigo assisti-la, rio de toda aquela presepada. Quando tomo banho me distraio com o vapor que ofusca o teto e se estou limpa, leio. Nunca vi A Escolha de Sofia e não vejo televisão. Escrevo sempre com a mesma lapiseira, mas mudo sempre de caligrafia. Não sei usar vírgulas e muito menos pincel. Sou incapaz de guardar nomes de diretores de cinema e de emprestar meus livros. Não entendo as diversidades do homossexualismo.
Não sou como me veem e muito menos o que digo.Capta essa outra coisa que não falo porque eu a tenho ignorado. Eu não me entendo e preciso agir como se me entendesse. Fingir. Do mesmo modo que muitos fazem.
Sou, agora, aquilo que eu escrevo.
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