Por Josie Conti
“Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.”
Fernando Pessoa
Pois, eu também os tenho, querido Pessoa. Cultivo-os à noite, depois que o sol se vai, e um mundo só meu é construído.
De criança, lembro-me de me deitar antes que o sono chegasse. Queria sonhar acordada para que o dormir não atrapalhasse a lucidez do sonho planejado.
Adolescente, nessas horas sagradas, imaginava romances, construía futuros, refletia possibilidades. Eram sonhos juvenis daquela que ainda não tinha trilhado reais caminhos e nem assumido o peso de suas escolhas.
Hoje, continuo profunda admiradora do noturno silêncio, do tempo que precede a entrega, daquele momento em que as influências do mundo externo quase não nos tocam, das horas em que a agitação descansa e que o coração pode ser ouvido.
Sou amante da madrugada, da passagem do tempo que me despe de trajes e máscaras. No momento do mais pleno encontro, onde não há outras pessoas, obrigações, carros e nem celulares. Sou apenas a beleza, a luz e a profundeza do existir.
Mas, se a consciência corporal é maior, a fantasia não se apequena a seu lado. Sedutora dos portais da consciência, ela encontra morada, onde tudo é possível, em cenários que são só meus, em terra encantada, onde o amor pleno é rei.
Meu lúcido sonho, despido de ilusões mundanas, é terno aconchego. Transforma-se em barco que viaja por águas calmas e sabe-se passageiro.
O barco que conduzo reconhece que a água que hoje o acalanta já foi cruel tempestade, água benta em batizado de criança, salvação da vida em terra que não pode ser arada, suor de enxada, lágrima de mãe órfã de filho morto.
A consciência do momento, entretanto, não diz do futuro e nem do passado. Ela fala do presente que é o único momento onde talvez tenhamos um ínfimo controle. E, antes que Morfeu me abrace e conduza a embarcação, coloco-me a navegar.
As águas tranquilas permitem a real observação da paisagem. E, nessa viagem escolhida, conecto-me com algo maior do que sou. Com o infinito que está além da humana compreensão.
Agradeço, então, pelo direito à vida quando reconheço a finitude do corpo. Sei que, independe de mim, as águas seguirão.
Ah, e como é bela a visão da pequenez humana. O senhor sabia das coisas, querido Pessoa:
“Navegar é preciso, viver não é preciso.”
Uma nova atração turística promete movimentar o turismo nas divisas entre o Rio de Janeiro…
O Detran de Goiás (Detran-GO) divulgou uma informação curiosa que tem gerado discussão nas redes…
Christopher Michael Langan, cujo QI é superior ao de Albert Einstein e ao de Stephen…
O filme, que já figura entre os pré-selecionados do Oscar 2025 em duas categorias, reúne…
O Japão é mundialmente reconhecido por sua saúde física e mental, com taxas impressionantemente baixas…
Graças às redes socials, Laura finalmente tem um grupo de amigas com quem compartilhar os…