Uma das principais recomendações que todos nós precisamos seguir, desde que a pandemia de covid-19 se espalhou pelo mundo, é evitar aglomerações e manter o distanciamento social. Muitos negócios que simplesmente não funcionam sem concentração de pessoas — como os shows e casas noturnas — estão entre os mais afetados por essa crise.
A indústria do audiovisual — filmes, séries, novelas e etc — também foi extremamente impactada. Afinal, uma das coisas que mais gera aglomeração é um set de filmagens. Isso sem falar no contato físico constante entre os atores, principalmente em cenas com casais.
Nesse cenário, estúdios em todo o mundo pararam suas filmagens e adiaram lançamentos.
Aqui no Brasil, por exemplo, foi a primeira vez que ficamos sem uma das instituições mais tradicionais do nosso país: as novelas das seis, sete e oito (ou nove) da Rede Globo. As histórias foram interrompidas no meio e substituídas temporariamente por reprises, sem previsão de quando (nem como) as novelas vão voltar ao ar. Por enquanto, diz-se que os capítulos só voltam a ser gravados em 2021 — quase um ano após a interrupção.
Um dos maiores problema para as novelas brasileiras é que seus capítulos são gravados muito pouco tempo antes de irem ao ar — questão de dias. Então, quando a pandemia se instalou e foi necessário parar as gravações, de repente, não havia como os produtores se programarem para ter o que exibir durante o isolamento.
Enquanto isso, nos filmes e séries hollywoodianos, o tempo de planejamento é maior e as datas de estreias são anunciadas com antecedência. Mas isso não impediu que a indústria fosse severamente afetada pelas consequências da pandemia.
Mesmo longas que estavam em pós-produção, próximos da estreia, foram adiados: afinal, é difícil editar um filme hollywoodiano em home office e, mesmo que o longa seja finalizado, não há cinemas abertos para exibi-los. Algumas produções apostaram em estratégias de lançamento diferentes, baseadas no streaming, como o live-action de Mulan e a animação Trolls 2; outras ainda esperam a volta das salas de exibição.
Já aqueles que estavam em fase de produção ou pré-produção, para serem lançados no final de 2020 ou no próximo ano, não têm previsão de retorno. É o caso de Animais Fantásticos e Onde Habitam 3 e os novos Batman e Missão Impossível, por exemplo.
Os fãs de séries, por sua vez, continuaram recebendo novidades, mesmo nesses primeiros meses de pandemia, já que muitos títulos estavam com seus episódios inteiramente gravados e com estreia programada, antes da paralisação.
Fomos agraciados com novas temporadas de Dark, Better Call Saul, Marvelous Mrs. Maisel e até de reality shows como RuPaul’s Drag Race, que lançou duas edições ao longo de 2020. Além disso, tivemos boas séries estreantes — como as minisséries Watchmen e Pequenos Incêndios por Toda Parte, além de Hollywood, Feel Good e Sweet Magnólias. Isso apenas para citar alguns exemplos.
Também é interessante observar que, quem gosta de séries, sempre tem a opção de começar aqueles títulos mais antigos que estavam na sua lista, mas que você nunca teve tempo de assistir.
Dificilmente as opções vão acabar, é claro… Mas e como ficam aqueles lançamentos que estávamos esperando? Novas temporadas de séries como The Handmaid’s Tale e Grey’s Anatomy ou o esperado episódio especial de Friends tiveram suas produções interrompidas — e estreias adiadas — por conta da pandemia.
E fica de olho, pois as empresas de streamings e operadoras estão turbinando seus cardápios e disponibilidade de canais nos serviços de TV por assinatura durante a pandemia. Vale conferir as plataformas ou entrar em contato para conferir ofertas. A Claro, por exemplo, oferece canais de contato exclusivos para tirar as dúvidas de todos os usuários.
Como dissemos, ainda não há previsão de retorno para gravação das séries e novelas brasileiras, mas, em Hollywood, há indícios de uma volta à normalidade. Em junho, os sindicatos da indústria e o governo da Califórnia chegaram a um acordo que prevê um conjunto de regras para retomada das gravações.
Cada produção precisará ser aprovada individualmente pelo departamento de saúde do estado e terá que garantir um número de estações de higienização (com pias para lavar as mãos e álcool em gel) proporcionais à quantidade de pessoas nos sets. Os roteiros em papel deverão ser substituídos por versões digitais e, quando o papel for necessário, cada cópia deverá ser individual. Toda a equipe (elenco e técnicos) terão que passar por checagens de temperatura. Até a alimentação no set vai mudar: em vez de buffets, lanches embalados.
A presença de plateia — muito comum em séries de comédia e talk shows — não é recomendada, mas será analisada caso a caso. Quando ocorrer, deverá observar a distância de 1,8 metro entre as pessoas. Sobre a distância, aliás, maquiadores, figurinistas e cabeleireiros deverão usar luvas e máscara quando tiverem contato com os atores. O próprio elenco precisará usar esses acessórios e manter distância de outras pessoas, quando não estiver em cena.
Ainda é cedo para dizer se todo esse cenário vai gerar mudanças no conteúdo que vamos ver nas telas — há quem diga que não teremos mais cenas de beijo, por exemplo. Como essa é uma situação sem precedentes, vamos precisar acompanhar os próximos episódios para saber onde isso tudo vai dar.
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