Identificada no Reino Unido e em mais 36 países até esta terça-feira (5), a variante do novo coronavírus tem assustado a população mundial e intrigado a comunidade científica com algumas perguntas: a nova cepa do coronavírus tem maior transmissibilidade e o que pode torná-la mais contagiosa?
Para o imunologista e professor universitário Eduardo Nolasco, “Todos os indícios apontam que sim [ela é mais transmissível]. O NERVTAG apontou que essa variante representava 20% dos casos em novembro e passou para 70% em dezembro na Inglaterra. E isso mesmo durante as medidas restritivas”.
Segundo Nolasco, a maior transmissibilidade da variante se dá pelo acesso mais rápido que ela tem aos pulmões.
“Essa nova mutação se liga com maior rapidez à proteína ECA2, que está presente em abundância em nosso pulmão. Por isso o vírus chega mais rápido e com mais potência ao nosso organismo”, pontua o imunologista.
Uma nota publicada pelo Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes (NERVTAG) em 19 de dezembro lerta que não existem ainda indícios de que a variante seja mais mortal do que a versão anterior do vírus.
“Não há nenhuma evidência atual que sugira que a nova cepa cause uma taxa de mortalidade mais alta ou que afete vacinas e tratamentos, embora um trabalho urgente esteja em andamento para confirmar isso”, pontua o documento.
Mas, será que a vacina pode combater a variante? De acorco com Nolasco, “Sim. Os anticorpos induzidos pela vacina atuam bloqueando [no novo coronavírus] a proteína que ele usa para entrar na célula [a proteína S]. E estimula também a produção de células T, que atacam as nossas células que já foram infectadas. Com base nisso, a vacinação também é um mecanismo eficiente contra esta nova cepa”.
O próprio Reino Unido foi um dos primeiros países a iniciar a vacinação. Além dos britânicos, mais 47 nações em todo o mundo já começaram o processo de imunização.
No Brasil, Nova cepa no Brasil, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou na última segunda-feira (4) os dois primeiros casos da variante inglesa do vírus no Brasil.
Uma mulher de 25 anos e um homem de 34 anos, ambos moradores de São Paulo, testaram positivo para a nova cepa, segundo investigações do Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz.
Ambos se infectaram após contato com viajantes que vieram do território britânico. Os dois pacientes seguem em observação.
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Redação Conti Outra, com informações de CNN Brasil.
Foto destacada: Tumisu/Pixabay.
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