Por Rosana Braga
Sei que é bem estranho pensar em alguém que não sabe ser amado. Mas infelizmente tem muita gente que não aprendeu. Tem gente que até aprendeu, mas de tanto ser amado de um jeito torto, pequeno, esqueceu ou nem sabe como é o amor de gente grande.
Algumas dessas pessoas podem ter vivido situações tão doloridas ou tão confusas que não souberam como lidar com tudo isso e simplesmente se fecharam. E agora, não conseguem se deixar amar. Incomodam-se com o afeto, o tratar bem.
Sim, porque estou falando de amor saudável. Amor que faz crescer a si mesmo e ao outro. Que constrói, que ensina e aprende. Amor cuidado e caro. Que tem desafios e desavenças, mas que são resolvidas de forma digna e respeitosa. Amor em que as diferenças servem para amadurecer o casal e a relação.
Se não for assim, então estamos falando desse pseudo amor que desmonta, despedaça e adoece. Desse tipo de amor que faz a gente se deparar com relações que, na prática, canibalizam. Um vai arrancando pedaços do outro aos poucos. E vão se digladiando e se engolindo sem sequer atentar para o horror que se causam mutuamente. Quando vêem, estão aos tocos, dilacerados e sem saber pra que estão nesta dinâmica nefasta.
Uma ofensa aqui, uma acusação ali. Quase nunca ou nunca mesmo um elogio. Reconhecimento? Pra que? Hoje, uma depreciação com palavras rudes, pesadas. Amanhã, um tapa, um empurrão. Depois, lágrimas secam e sobra só a casca. Vazios que se fizeram. Ocos que se deixaram.
E desaprendem, definitivamente, o amor de verdade. Resta esse amor estranho, adoecido, que se irrita quando encontra quem quer amá-los como gente grande. Que gargalha diante do exercício de amor dos outros. Que desacredita e tenta esfriar qualquer paixão ao seu redor.
Existem ainda os que continuam tentando, apostando, jurando que acreditam no amor. Mas repetem várias e várias vezes a tal dinâmica maluca do amor canibal. Ora machucam, ora são machucados. Ora mordem, ora são mordidos. E persistentes que são, vão definhando de relação em relação. Ou ainda, na mesma relação “até que a morte (programada?) os separem”.
Se você está numa relação assim, acorde enquanto há tempo! Você faz de tudo pelo outro, mas ele continua morno, sem saber como retribuir, dizendo que você é a pessoa perfeita na hora errada? Pois saiba que é isso mesmo! Caia fora dessa hora errada, dessa chance falida, desse encontro que poderá vir a ser, mas não agora!
Se o outro não sabe ser amado como gente grande, terá de aprender antes. E pra isso, precisa querer! Precisa se dar conta de que tem algo errado, de que amor torto não alimenta, não faz crescer. Não funciona! E se ele insiste em não corresponder o amor que você oferece, então lembre-se de oferecer esse amor a si mesmo e pare de se torturar.
Não deixe sua autoestima nas mãos de quem não sabe o que isso significa. Aliás, autoestima é algo que só pode ser cuidada por você mesmo. E tem a ver com noção de merecimento. Tem a ver com aprender a reconhecer quem você é e que tipo de amor está pronto pra viver! Tem a ver com se tornar gente grande. Porque é essa a função do amor!
+ Rosana Braga– conheça o blog da autora.
Imagem de capa: Cookie Studio/shutterstock
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