Por Josie Conti
O título deste texto é uma frase utilizada recorrentemente no conto de ficção-científica “A última pergunta” do escritor russo/ estadunidense Isaac Asimov. Embora o conto gire em torno da pergunta que poderia dar resposta à completa extinção do homem, no caso a “última pergunta”, o que mais me fascinou em todo o enredo foi a resposta que era dada pelos computadores, supercomputadores e tecnologias subsequentemente ao longo de bilhões de anos quando a pergunta era proferida: “Dados insuficientes para resposta significativa.” Ou seja, ainda não havia dados que pudessem evitar o fim da humanidade.
A linha de respostas para a vida é cíclica. Começamos praticamente no não saber. Aprendemos muito na infância, achamos que sabemos tudo na adolescência e, se tivermos bom senso e amadurecermos, percebemos ao longo da idade adulta que o que sabemos é um quase nada. E haja reflexão para extrair sentidos em meio a tamanha ignorância descoberta.
Assim como o tempo das resposta muda, a quantidade e o significado também pode mudar. Lembro-me, por exemplo, de antigamente assistir a um filme achando que tinha que gostar de tudo. Hoje percebo que, se o filme tiver uma “sacada” ou frase genial, ele já valeu pelo seu tempo. É claro que ninguém tem tempo para ficar jogando fora, mas você está lá, já viu o filme, por que não extrair o melhor dele. Aconteceu recentemente por aqui e já que o assunto é ficção científica prossigo com o exemplo. Inventei de assistir o filme “Esfera”, de 1998. O elenco era interessante e trazia nomes como Dustin Hoffman, Samuel, L. Jackson e Sharon Stone. Nem preciso dizer que achei péssimo, o filme não se alinhou com o meu gosto nem em roteiro e nem em produção. Gostei, entretanto, da mensagem contida em seus últimos minutos. Não que esses minutos valham o filme- lembrem-se que ele tem mais de duas horas).
Explico:
A ideia era a seguinte: Os tripulantes, influenciados pela “esfera” que lhes conferia poder, transformavam seus maiores medos em realidade. Entretanto, somente nesse finalzinho da história é que ficou claro que a esfera mostrava a essência do homem e não necessariamente seus medos. Logo, eles não estavam prontos para ter esse poder porque não eram essencialmente bons. Não possuíam bondade suficiente, mesmo que superficialmente isso não aparecesse, para serem vistos no “real” de si. Eles não tinham “dados suficientes” dentro de si para administrar o poder da esfera.
Quantas vezes não erramos ao tirar conclusões e cometer atos e até atrocidades antes de termos “dados suficientes para uma resposta significativa”? A falta de maturidade para com nossa própria ignorância e do reconhecimento e aceitação de nosso lado- que não é tão bom quanto gostamos de imaginar- tem sido responsável por guerras reais e imaginárias e pelo progresso da destruição do planeta que continua em escalas geométricas.
Entretanto, mais do que falar da falta de consciência global, precisamos retomar a consciência de nós mesmos, de quem somos, do que querermos e de quais realmente são os dados significativos que motivam as nossas vidas.
Que sua vida seja melhor que meu filme. E que, apesar de nossa natureza muitas vezes duvidosa, existam dados suficientes para uma resposta significativa, mesmo que estes cheguem nos últimos minutos.
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