Você provavelmente já viu essa cena: Os pais estão sentados à mesa em um restaurante e a criança começa a exigir atenção, falando alto e correndo entre as mesas. Logo o pai ou a mãe saca um smartphone ou um tablet e o oferece à criança, que por fim se aquieta à mesa, direcionando os olhos vidrados para a tela negra do dispositivo. Esta situação é bastante corriqueira. Muitos pais hoje usam as novas tecnologias como uma maneira de manter seus filhos “na linha”. Entretanto, poucos se atentam para os problemas que isso pode causar.
Atualmente, milhões de pessoas no mundo são viciadas em smartphones. Um simples cálculo do tempo que você gasta diariamente nas redes sociais já é o bastante para te alertar sobre esta nova realidade: Estamos nos tornando zumbis, escravos de um dispositivo móvel. Esse vício não é uma farsa psicológica. É real e quase tão ruim quanto o vício em drogas. Embora não traga riscos imediatos para a saúde (excluindo problemas oculares da visualização excessiva da tela), é mais difícil de ser superado, porque os smartphones não são considerados perigosos. Todo viciado em substâncias químicas, sabe que está prejudicando seus corpos e mentes. Poucos teriam essas substâncias nas mãos ou nas mesas 24 horas por dia. Os smartphones, por outro lado, nunca saem do nosso lado e, por servirem a muitos propósitos em nossas atividades diárias, os efeitos colaterais geralmente são subestimados.
Se os adultos podem ser seriamente afetados pelo uso excessivo de smartphones, é assustador imaginar o efeito que eles têm sobre as crianças. Pelo fato de que seus cérebros estão se desenvolvendo muito rapidamente, elas são naturalmente mais maleáveis do que os adultos. Portanto, maus hábitos podem facilmente ser assimilados pelos pequenos.
Para um terapeuta do Reino Unido, oferecer o smartphone a uma criança para distraí-la é o mesmo que lhe oferecer medicamentos. De qualquer maneira, eles se tornarão viciados e, se você tentar cortar o “medicamento” deles, eles entrarão em uma retirada agitada. A especialista em clínica de reabilitação, Mandy Saligari, apresentou essa teoria. Ela explica que os pais estão cometendo erros graves, ignorando o vício em smartphones para se concentrar apenas em substância química e álcool. Biologicamente, todos esses itens funcionam nos mesmos impulsos cerebrais.
“Eu sempre digo às pessoas que, quando você dá a seu filho um tablet ou telefone, está realmente dando uma garrafa de vinho ou uma substância química viciante”, disse ela ao Independent.
Salgari dirige a Clínica Harley Street Charter, em Londres, e disse que dois terços de seus pacientes são jovens entre 16 e 20 anos que estão sendo tratados por uso excessivo de smartphones. Uma de suas pesquisas concluiu que um terço das crianças britânicas entre 12 e 15 anos de idade admitiu não ter um bom equilíbrio entre o tempo de exibição e outras atividades. Eles gastam muito tempo em seus telefones para se envolver em outras coisas, como esportes, música e jogos de tabuleiro.
Aos pais cabe avaliar se o tempo que seus filhos gastam no celular é saudável ou se já atingiu um nível preocupante. E cabe também colocar sob análise o uso que eles mesmos tem feito desta tecnologia. O exemplo, como sabemos, parte de casa.
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Com informações de Family Life Goals e A Grande Arte de Ser Feliz
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