Das coisas que eu persigo para mim, algumas me fazem sentir enorme satisfação e certeza de que o caminho é realmente o meu.
Aceitar negativas com naturalidade, respeitar integralmente a vontade alheia, além de me libertar, também não prenderá o outro, dispensará as correntes e algemas. Eu persigo isso.
Aprender a aceitar diferenças, outros olhares, humores, necessidades, me levará a conhecer meu próprio espaço individual e diferente de todos os outros, e ainda, ser capaz de exigir respeito e aceitação em troca. Eu persigo isso.
Desculpar palavras mal colocadas, olhares mal passados, desculpas mal boladas, ausências mal justificadas… Entender que a reação esperada não será sempre a realizada… Não esperar nem desesperar. Estar com quem quer estar, dispensar a insistência. Eu persigo isso.
Tentar acordar todos os dias com disposição para viver integralmente, não matar o tempo nem a paciência alheia, não parar na contramão, aspirar, respirar, transpirar. Eu persigo isso.
Das coisas que persigo para mim, muitas delas eu perseguiria também para quem quero bem, mas essa é uma jornada pessoal, lotada de desafios e ameaças. Ameaças à coragem, ao bom ânimo, ao êxito da empreitada.
Desistir é sempre uma opção, embora acompanhada de enorme frustração.
Perseguir é uma caçada, é colocar armadilhas para reações ardilosas, ratoeiras para costumes roedores, veneno para emoções rastejantes.
Perseguir é saber da existência, mas ainda não ter a posse, ou, ao menos, o uso.
Eu persigo muitas coisas, mas das coisas que persigo para mim, a maior delas é ter consciência do que ainda não sou, do que não faço uso, do que não sou capaz de abrir mão, e, uma vez na posse dessa consciência, poder escolher por conta própria, o que realmente vale à pena perseguir.