Deu, né, minha gente? Já tem muito coração cheio de ódio nesse mundo. Basta. Nós mesmos, humanos que somos, vez em quando rangemos os dentes por aí. Todos temos motivos para odiar alguém ou alguma coisa. Mas passou da hora de fazer um esforço, remar no sentido contrário, apertar o passo, seguir em frente e deixar lá atrás tudo quanto é odioso.
A vida anda repleta de pessoas, bichos, ideias, causas e coisas de toda sorte merecendo o amor da gente. É questão de escolha: em vez de perder um só segundo odiando quem nos ofende, nos rouba, explora, agride e nos xinga, por que não mudar o foco e buscar quem mereça de nós coisa melhor?
Falo por mim, mas acho que com você não é diferente: eu odeio tanta coisa! Odeio mesmo. Tenho ódio puro e simples de um caminhão de comportamentos que, para mim, são próprios de gente ruim. Homem que bate em mulher, político ladrão, arrogância, grosseria, maldade com criança, desprezo com velhinhos, crueldade com animal, assédio, força bruta. Tanta coisa! Mas fazer o quê senão me posicionar contra isso, me afastar do que faz mal e me concentrar no que faz bem?
Verdade é que a minha raiva me escraviza. Quem é dono do meu ódio é dono de mim. Já quem tem o meu amor, não. Sou escravo de quem eu odeio e amigo de quem eu amo. Então, chega de ódio. É tempo de buscar o que possamos querer bem.
O seu tempo, claro, é seu. Você faz o que quiser com ele. Mas eu acho que ele bem gostaria de ser investido num amorzinho bom, um passatempo saudável, um trabalho que cansa o corpo e descansa a cabeça, uma amizade sincera. Uma companhia a quem se achegar à tardinha, um afeto a quem deixar de manhã e regressar à noite. Essas coisas que, Deus é grande, estão sempre à nossa espera.
Há sempre o que fazer de bom. Adote um gato, um cachorro, uma nova postura, um hábito saudável, um hobby. Telefone às pessoas queridas, ainda que para dizer nada. Perdoe os velhos erros, inclusive os seus. Peça perdão! Beba água, seja amigo dela! Compre uma planta e dê-lhe um nome bonito e simples. Quando for regá-la de manhã, diga “Saúde, Fulana!” e beba água junto com ela, num brinde à saúde de todas as plantas e todos os bichos e todas as gentes! Escolha um segredo revelável e conte a um amigo querido como prova de confiança. Se ele contar a outro alguém, não o odeie por isso – o segredo era revelável mesmo. Mas não perca tempo com mau sentimento. Odiar quem bem merece é tão ruim quanto amar quem não merece.
O mundo já vai cansado de gente boa de briga. O que falta é gente boa de amor.
É tempo de caçar o que amar. Encontremos então o que nos faça sentir o coração feliz.
Olhemos para fora ou miremos para dentro, não importa. Sejam os outros, sejamos nós mesmos, tem sempre alguém ou alguma coisa merecendo o amor da gente por aí.
Imagem de capa: Kris Tan/shutterstock