O cenário pode não ser dos melhores, as informações chegam numa velocidade absurda, impossíveis de serem processadas em sua maioria, as guerras nos tempos atuais nos deixam cada vez mais pesarosos e impotentes, assistindo à barbárie que não tem fim, a ganância continua a produzir efeitos devastadores à humanidade… É desalentador.
E, não fosse o bastante, cada um carrega seus próprios conflitos, medos, traumas e insatisfações. Se alguém ousar parar para pensar e perguntar o sentido disso tudo, o leque de respostas cabíveis pode ser desalentador. E quando a gente se pega perguntando o sentido da vida, o por que de lutarmos tanto e por tanto tempo, via de regra o que nos sustenta e fortalece é a esperança de dias mais leves e melhores, de menos sofrimento no mundo, de momentos desfrutando a tão sonhada felicidade, que perseguimos no sentido contrário do relógio, já que o tempo leva tudo consigo, até mesmo os momentos mais preciosos.
A ótica pessimista diz que não faz sentido algum empreender qualquer esforço, já que o final é esperado e ninguém nos livrará dele. Quanto menos envolvimento, menos sofrimento. Há quem prefira.
Contudo, é inegável o efeito dos mágicos momentos felizes de uma vida. A inebriante e gratificante sensação de pertencer ao todo, de compartilhar a vida com afetos queridos, gerar um filho, acompanhar seu crescimento, suas conquistas, ter um amigo por perto, atravessar uma ponte, um estado ou um oceano para encontrar alguém querido. E por esses e todos os milhões de sentimentos que avivam a alma, novamente a esperança se fortalece. Novo olhar é lançado sobre o mundo, novos desejos de construir e colaborar por uma vida melhor para a humanidade.
Quando estamos felizes, queremos o bem de todos. Quando estamos plenamente felizes, sequer admitimos a ideia de deixar alguém sofrendo. É a felicidade que nos liberta e é a esperança de que a felicidade está por perto que nos conta qual o sentido para todas as vidas. Ela é aliada e cúmplice, e não desiste fácil, apesar de enfraquecida e cansada de ser trocada pelas mazelas do mundo.
Não é uma questão de utopia, mas de lógica. Em vida, que seja uma vida desperta, atuante e ativa, fortalecida de esperança. Com ela por perto, consegue-se enxergar o lado bom, o sentido.
Depois, tudo vira história e memória. E cada um conta a sua, do jeito que viveu.
Imagem de capa: Evgeniy pavlovski/shutterstock
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