Imagem de capa: Coy_Creek, Shutterstock
“Hoje mergulho no desassossego! Vou solitário, individualista… na busca de uma revolução que seja só minha.”
(Kléber Novartes)
Minha alma é uma desassossegada inata
Está sempre à busca de algo que nem sabe ao certo o que é
Não se contenta com explicações superficiais
Com um não-sentido para as coisas
Tem a necessidade de estar ligada a algo superior
Aperfeiçoar-se, expandir-se, resplandecer…
Meu corpo, também, sempre foi desassossegado
Ele quer movimento, mas ao mesmo tempo se exaure com tantas inquietações
Desacomoda-se com qualquer possibilidade de vida medíocre
E dia a dia me exige mais cuidado, mais dedicação, mais conteúdo de qualidade
Além de me cobrar um preço alto pelos outros desassossegos todos…
Minha mente, então, é um desassossego só
Ela conversa consigo mesma, cogita hipóteses
Antevê acontecimentos, testa possibilidades
Questiona padrões por ela mesmo impostos
Às vezes, me tonteia e me controla…
Não entende que, assim, me esgota.
Meu coração, tadinho, é o único que me traz paz
Basta parar com tudo, e prestar atenção somente nele, que o sossego logo vem
E, ainda que por um breve período, me sinto plena, serena e preenchida
Nada mais importa, nada é tão grave assim, tudo passa…
E percebo, então, que tudo que preciso está dentro dele
Que há uma fortaleza dentro de mim
Cheia de luz, de silêncio e, sobretudo, de amor
Fácil e plenamente acessível…
Todavia, os borbulhos insistem em voltar
E me tiram da imensidão
Me arrancam das sutilezas, me sequestram a simplicidade
Me atormentam, e me confundem
Me cegam, novamente…
Então, eis o grande desafio da minha vida:
Distinguir-me e desligar-me da minha mente
Relaxar, assim, o meu corpo
E dar paz, enfim, à minha alma, através do meu coração…
Mergulhando na imensidão do amor que mora em meu íntimo
E mantendo-me nas suas profundas e cristalinas águas pelo máximo de tempo possível
Iluminando-me, transcendendo-me e unindo-me à luz maior que a todos é inerente
Dando sentido aos desassossegos todos, enfim…