Descubra por que você não é uma pessoa simples

E você, aí, que pensa que é simples somente porque gosta de colher fruta no pé.

Que se vê como uma pessoa extremamente simples simplesmente porque gosta de andar descalço, comer com a mão, tomar banho de chuva, andar descabelado.

Porque não liga para bens materiais, usa roupas de loja de departamento e vez ou outra gosta de se enfiar no mato para tomar um banho de cachoeira.

Não, você não é simples por esses motivos. Você apenas preza pelo despojamento. Todavia, despojamento é algo diferente de simplicidade.

No dicionário:

Simples adj. 2n. 1. Que não é duplo ou desdobrado em pares. 2. Não constituído de partes ou substâncias diferentes. 3. Sem ornatos. 4. Sem complexidade ou dificuldade. 5. Sem luxo ou aparato. 6. Que se deixa facilmente enganar. 7. Puro, mero. 8. Só, único. S2g. e 2n. 9. Pessoa simples, humilde. SS simplicidade sf.

A palavra “simplicidade” não consta no dicionário; aparece, apenas, como característica do “simples”.

Para mim, simplicidade é a arte de não complicar, de aceitar as pessoas como elas são –  e aceitar a si mesmo –  de fazer do limão uma limonada e de se entregar ao momento presente.

É curar-se de si mesmo e não precisar forjar uma vida e uma identidade que não existe somente para agradar aos outros ou por necessidade de despertar inveja.

É amar a própria companhia, acolher a própria solidão e aprender a se divertir com ela.

É se dedicar com afinco a tudo o que se propõe a fazer, seja realizar um grande projeto ou lavar uma louça.

É conhecer os próprios limites e respeitá-los. É respeitar o espaço do outro. É valorizar e aplaudir não apenas o pôr do sol, mas o gesto de carinho recebido.

Simplicidade é a capacidade de gostar da própria vida sem precisar provar nada para ninguém.

É a competência de aceitar a idade que se tem e saber que cada idade possui belezas e possibilidades particulares; olhar sempre para os ganhos, nunca para as perdas.

Simplicidade é o ato de fazer escolhas levando em conta o que realmente tem valor para você, não o que se estabeleceu socialmente como valor.

É ter coragem de não mentir para si mesmo, não invejar a vida de ninguém, não cobiçar o que outro tem.

Simplicidade é qualidade de quem não julga, não condena, não pune – ou ao menos tenta.

Simplicidade é qualidade de quem não se julga, não se condena, não se pune – ou ao menos tenta.

É aprender a ouvir “não” sem se sentir rejeitado e continuar acreditando no próprio sonho e batalhando por ele.

É não querer controlar a vida de ninguém e enxergar as diferenças como possibilidade de soma e não de subtração.

É ter humildade para aceitar (e consertar) os próprios erros e aprender com os mais adiantados – ou seja: não se aborrecer porque acabou de entrar no ônibus, mas não pegou um lugar na janelinha.

É se curar da vaidade. Por vaidade, entenda: necessidade de mostrar que você é mais do que no fundo você é ou acredita ser.

E você, aí, achando que só porque gosta de boteco pé sujo com cerveja gelada e amendoim torrado é uma pessoa simples.

E você, aí, achando que só porque gosta de baixa gastronomia e espaços undergrounds é uma pessoa simples.

Achando que só porque bebe café em copo americano –  e não em uma  xícara – e uma pinguinha vez ou outra é uma pessoa simples.

Que só porque não tem “frescuras” é uma pessoa simples.

Creia: existem pessoas “frescurentas” que são imensamente mais simples que você. Em geral são pessoas que fizeram as pazes com elas mesmas, conhecem seus valores e não se afastam deles; pessoas que não criam expectativas, não esperam mais do que os outros podem dar, evitam julgamentos e não querem provar nada para ninguém.

Bora exercitar a simplicidade e não apenas o gosto pelo simples?

FALANDO NISSO

A foto que ilustra esta postagem (autor desconhecido) e está circulando pelo Facebook é da top model Gisele Bundchen e foi feita no camarim da abertura dos jogos olímpicos. Gisele, que faz parte do rol das estrelas mais belas e bem pagas do mundo, nos ensina com suas atitudes e entrevistas a beleza de ter alcançado a simplicidade. Eis aqui uma entrevista em que ela fala sobre o seu sucesso.

Mônica Montone

Mônica Montone é formada em Psicologia pela PUC-RJ e escritora. Autora dos livros Mulher de minutos, Sexo, champanhe e tchau e A louca do castelo.

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