Me diz, para que serve o Dia dos Namorados? Quando chega o fatídico dia 12 de junho é uma correria de amores. Amores com pressa de presentear, celebrar e reafirmar os casos do coração. Mas é tudo passageiro. Não passa de um dia no ano para angariar likes e declarações públicas de quem diz saber amar. Sabem mesmo?
Todos já caímos nessas armadilhas consumidoras e repletas de ego. Afinal, é o dia perfeito para massageá-lo. E mesmo os solteiros que dizem não se importarem, sentem uma pequena vontade de terem os mesmos afagos recebidos. É uma merda, vai. Passar 24 horas rodeadas de carícias explícitas sem ganhar um beijo, um abraço ou um bombom que seja, dá dorzinha de cotovelo. A playlist do dia contempla do sertanejo das antigas até baladas pop de décadas atrás. Os comportamentos são variados, claro. Há quem ligue para ex. Há quem vasculhe a lista de amigos em busca daquele relacionamento casual de outrora. Mas por quê? Por que esse dia cretino representa algo quase primitivo nas nossas entranhas? Estamos fazendo certo? Estamos celebrando o amor por outra pessoa e, perpetuando, tempos a fio, o afeto e o respeito? Porque isso sim é romantismo. Não adianta preencher para depois esvaziar. O amor deve transbordar. Já para os solteiros, a lição é semelhante. Carência num dia para uma suposta independência amorosa no outro? Francamente.
Dia dos Namorados é uma merda. Ao invés de presentes, o mercado deveria disponibilizar uma apostila sobre assunto, com níveis básico, intermediário e avançado. Imaginem só:
Básico: Aprenda a lidar com o dia 12. Não é carnaval ou dia do casamento.
Intermediário: Parabéns por passar pelo básico. Você está no caminho certo.
Avançado: Poucos chegam até aqui. O conteúdo é feito em tempo real.
Ah, mas vamos falar sério agora. Independente dos signos, ascendentes e infernos astrais, o dia serve para autoconhecimento. Esteja solteiro (a) ou num namoro, a merda é ser capaz de compreender o próprio emocional. Sem isso, pode ter buquê de flores ou inúmeros flertes nos bares, o dia será nada menos que uma manifestação momentânea da nossa imaturidade de amar.