Vocês já repararam no quanto, em alguns momentos da nossa vida, é difícil encontrar sentido para continuar?
O primeiro texto que li hoje fala um pouco sobre isso e não teria como eu não repassar um pouco dessas informações e indicar a leitura do artigo que a Mirian Goldenberg escreveu para o jornal Folha de São Paulo.
Nesse artigo, ela descreve com primor diversas nuances que identificou no livro “Em busca de sentido”, de Viktor Frankl.
Victor Frankl, psiquiatra sustríaco, foi prisioneiro em Auschwitz durante o holocausto nazista , tendo perdido nesse período os pais, irmão e esposa. Em busca de sentido narra essa experiência, além de descrever a “Logoterapia”- método psicanalítico que ele idealizou e criou.
Como ainda não tive o prazer de ler o livro, encontrei uma excelente descrição feita pelo blog Little doll house e que copio abaixo:
“Percebendo que nem todos os seus companheiros de reclusão sucumbiam ao desespero ou abdicavam da vida (ele incluso), o médico começou a investigar as causas dessa perseverança. Quais seriam as motivações que separavam aqueles que se apegavam à sobrevivência daqueles que acabavam “jogando a toalha”? Frankl observa que, não só a depressão, mas o tédio, o vazio existencial, fundam-se numa ausência de sentido na vida. Os últimos séculos, especialmente o último, destituem os indivíduos de seus papéis sociais mais estanques e pré-definidos, o arcabouço de tradições culturais e sociais se enfraquece, e a religião perde a preponderância enquanto definidora ou reguladora de posturas. Devido à dinâmica evolutiva do homem, o aparato instintivo e biológico (que garante também a existência e a perduração da vida animal) já havia se desfeito. O esmaecimento da bagagem cultural, que em certo grau o substituía na espécie humana, lançou o homem numa situação de vazio existencial em que ele não sabe o que fazer, nem por quê. O indivíduo vê-se diante de uma variedade tão grande de possibilidades que passa a se confrontar com os riscos da desorientação e da paralisia. Nesse sentido, duas opções se apresentam: fazer o que todos fazem (conformismo) ou fazer o que lhe é comandado (totalitarismo). Onde fica a consciência individual suficientemente desperta para contemplar esse dilema?
Frankl percebeu, no campo, que as pessoas cujo desejo de sobreviver persistia diante das desventuras mais extremas eram aquelas capazes de identificar um sentido que justificasse as suas vidas.”
“A liberdade espiritual do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe, até o ultimo suspiro, configurar sua vida de modo que tenha sentido.”
“O que realmente importa não é o que nós esperamos da vida, mas antes o que ela espera de nós.”
“Nas palavras de Nietzsche, ‘Quem tem por que viver aguenta quase todo como’.”
“Quando não pudermos mais sermos capazes de mudar uma certa situação—apenas pense em uma doença incurável tal como um câncer inoperável—é que somos desafiados a mudar a nós mesmos”.
“Nós que vivemos em campos de concentração podemos nos lembrar que os homens que percorriam as barracas para confortar os outros, abriam mão de seu último pedaço de pão. Eles podem ter sido poucos em número, mas eles sustentaram prova suficiente de que tudo pode ser tirado de um homem exceto por uma coisa: a última de suas liberdades—escolher sua atitude em um determinado arranjo circunstancial, a escolha de seu próprio caminho.”
“Fundamentalmente, portanto, qualquer homem pode, mesmo sob tais circunstâncias, decidir no que ele deve se tornar – mentalmente e espiritualmente. Ele pode manter sua dignidade humana mesmo em um campo de concentração.”
“Nós podemos descobrir o significado da vida de três diferentes maneiras: (1) fazendo alguma coisa; (2) experimentando um valor; e (3) sofrendo.”
“O que realmente importa não é o que esperamos da vida, mas antes o que ela espera de nós. Nós precisamos parar de perguntar sobre o sentido da vida, e ao invés de pensar em nós mesmos como aqueles que questionam sobre a vida – horária e diariamente. Nossa resposta deve consistir, não em monólogos e meditação, mas na ação certa e na conduta correta. A vida ultimamente significa tomar responsabilidade de encontrar a resposta certa para seus problemas e cumprir as tarefas que ela constantemente delega para cada indivíduo.”
“O homem é capaz de mudar o mundo para a melhor, se possível, e mudar a si mesmo para a melhor, se necessário.”
“Coloque isso como um selo sobre teu coração, o amor é tão forte quanto a morte.”
“Quando a fé atrofia, parece que ela se distorce, desfigura. Com efeito, não constatamos também no âmbito cultural, isto é, não somente numa escala individual, mas também social que a fé reprimida degenera em superstição? E isso parece acontecer onde quer que o sentimento religioso se torne vitima de uma repressão por parte da razão despótica, de uma inteligência técnica”.
“O que é então o ser humano?
“Certa vez éramos 1.110 prisioneiros num único barracão (destinados a abrigar no máximo 200 pessoas), esperando pelo transporte para campos menores, sentados, acocorados, ou de pé no chão de terra, passando frio e com fome. Não havia lugar para todos se sentarem, menos ainda para se deitarem. Num período de quatro dias recebemos uma única vez uma lasca de pão (de 150 gramas).
“Em nossa cultura atual nós testemunhamos aquilo que alguém chamaria de inflação de sexo. Isto só é compreensível dentro do amplo contexto de vácuo existencial e do fato de o homem, não mais dirigido pelos impulsos e instintos com relação ao que deve fazer, nem pelas tradições ou valores com relação ao que deveria fazer, agora não sabe nem mesmo o que gostaria de fazer. No vazio existencial resultante dessa situação a libido sexual é hipertrofiada, e esta hipertrofia que produz a inflação de sexo, então observamos uma tendência para viver a vida sexual não integrada na vida pessoal, mas apenas como um busca de prazer. Tal despersonalização do sexo é um sintoma de frustração existencial: A frustração da busca de sentido do homem”.
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