A capacidade de administrar contrariedades com equilíbrio (e o mínimo de cordialidade) é um dos principais indicativos de maturidade emocional.
Mesmo que a pessoa tenha razão em um argumento, isso não a autoriza a ser grosseira, falar em voz alta ou usar de arrogância. A maturidade emocional está diretamente relacionada a como a pessoa reage à frustração.
Se ela pensa, analisa, pondera e ouve as partes, ela está sendo sensata. Por outro lado, se ela ataca, ou mesmo recua bruscamente, mostra claramente seu medo e insegurança.
Pessoas emocionalmente imaturas explodem com facilidade, não conversam, não permitem que a outra parte se justifique, agem de maneira a prejudicar quem elas “pensam que as prejudicou” e sofrem de uma poderosa cegueira situacional que as impede de enxergar oportunidades no meio de situações ruins, ou mesmo a partir delas.
A imaturidade emocional pode ser relacionada a uma baixa segurança pessoal, que a pessoa tenta encobrir agindo como um trator que atropela a tudo e a todos, num sistema de “ataque e destrua antes que o outro tenha chance de descobrir minhas fraquezas e meu medo”. Assim como a criança que perde o brinquedo, sua defesa é berrar, espernear e , se puder, até morder, numa cena de total explosão e descontrole.
Outra preferência de pessoas emocionalmente frágeis é o ataque pelas costas, que é a arma mais utilizada por quem tem medo de assumir a responsabilidade até com relação a seus próprios descontentamentos. É um ato comum em invejosos que preferem destruir o que o outro tem, ao invés de construir algo semelhante para si mesmo.
O invejoso não quer o que o outro tem. Ele não admite que o outro tenha.
Quando somado a características narcísicas e manipulatórias, o imaturo será aquele que reagirá com aparente frieza, mas ardilosa conduta, por meio de emboscadas e discursos conduzidos por meias verdades, provando que, se a defesa pode vir pelo ataque, ela também pode vir através de uma conduta de falsa candura e compreensão.
A maturidade é construída e testada o tempo todo. Somos maduros em algumas situações e imaturos em outras. Entretanto, a tentativa de equilíbrio e busca pela evolução é um fio condutor que costuma trazer bem menos dores de cabeças a quem costuma se perder no poço sem fundo das próprias inseguranças, medos, ciúmes e inveja.
Na próxima vez que você estiver prestes a explodir (não que o outro lado não mereça), pare, pense e reavalie. A maturidade emocional será alcançada quando você permitir que seu cérebro, seus sentimentos e reações emocionais se reequilibrem, numa visão global da situação e dos prós e contras de uma atitude precipitada.
Enquanto os imaturos criam inimigos, abrem feridas e passam os dias lambendo o próprio sangue, quem busca uma maior maturidade vai ao encontro de saídas mais sábias- mesmo que elas sejam a total evitação de quem lhes faz mal.
Imagem de capa: Tiko Aramyan/shutterstock