Marcel Camargo

Discutir a relação não é coisa de mulher, é coisa de casal

O senso comum costuma atribuir às mulheres uma maior necessidade de atenção, por conta de sua tendência a serem mais sensíveis e românticas, entre outros. É como se os homens fossem naturalmente mais fortes e emocionalmente mais frios. Na verdade, isso tudo é decorrente de aspectos culturais, que atribuem esta ou aquela característica a gêneros, com base se sabe lá onde, e, assim, tais atitudes são cobradas socialmente.

Por conta desses rótulos limitantes, muitas vezes se disseminam ideias que atribuem determinadas características e comportamentos aos homens e às mulheres separadamente, delimitando o campo de ação de cada um e, consequentemente, limitando-lhes a possibilidade de viver com mais intensidade. Isso porque, se já nos dão uma lista do que é permitido, muitas coisas que queríamos provavelmente ficarão de fora desse rol estanque.

Nesse contexto, é comum haver homens fugindo à famosa D.R., não se vendo na obrigação de parar para conversar sobre o relacionamento com as parceiras, simplesmente porque “esse blá blá blá é coisa de mulher”. Na verdade, tudo o que envolve conversa demorada sobre sentimentos parece provocar repulsa nos parceiros, uma vez que, segundo se diz, homens são mais racionais, objetivos, práticos, sem tempo para nem paciência analisarem a forma como as pessoas sentem as coisas dentro de si.

Na verdade, o amor não fecha portas, mas sim as abre. O amor não carrega pendências, ele as alivia. O amor não diminui, posto que amplia horizontes, alarga os sentimentos, consola, compadece, resolve o que atrapalha, supera, amansa e acalma o que desanda. Fugir ao enfrentamento das verdades que precisam ser estabelecidas e dos incômodos que necessitam de ajustes implica desvalorizar o poder conciliador do amor sincero.

Discutir a relação com ponderação e sem elevação de ânimos sempre será saudável e importante ao amadurecimento dos sentimentos, para que a dinâmica dos relacionamentos se fortaleça e não caia na mesmice que o cotidiano teima em imprimir à vida a dois.

Não se trata de coisa de mulher e sim de uma prática que deve ser exercitada, para que possamos nos demorar em tudo aquilo que o outro possui e nos encanta, e nos chama, e nos transforma em pessoas melhores, exatamente por conta da certeza de termos encontrado o amor de nossas vidas.

Imagem: Tatevosian Yana/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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