Tem dias que o peito aperta. A alma parece grande demais para um corpo que não é capaz de contê-la. Os olhos ardem porque a vida vem e nos confronta com novas perguntas, para as quais não temos nenhuma resposta.
Tem dia que viver dói um bocado. Os desafios parecem maiores que nossas pernas dão conta de seguir, mais pesados que nossos braços dão conta de segurar.
Tem dia que parece que nunca mais vai acabar. Parece que estamos vivendo um ano inteiro em vinte e quatro horas. Parece que acabamos inscritos por acidente numa gincana diabólica qualquer no melhor estilo “Hunger Games”.
Tem dia que é teste de paciência. Maratona no deserto. Frio sem fogo nem cobertor.
Dias difíceis! Quem é que não tem?
Alguns deles, inclusive, parecem vir encadeados numa sequência aparentemente infinita de desafios à nossa resiliência e persistência.
Alguns deles vêm cheios de experiências de perda, frustração e dor.
No entanto, esses dias, assim como aqueles outros raros opostos em que o mundo parece estar cem por cento do nosso lado, esses dias também acabam.
A dor é temporária, é circunstancial, e muitas vezes, necessária. A dor é a linguagem do corpo, físico e psíquico, que nos alerta sobre o perigo, que nos avisa sobre algo que não deveria estar nesse lugar.
Bendita dor que nos tira o chão. Porque a partir dela, levamos uma chacoalhada da vida e entramos outra vez em sintonia com o movimento do universo.
Agradeçamos cada uma das nossas dores. Mestras do aprendizado na nossa jornada aqui na Terra.
Que a dor cumpra o seu papel e que sejamos capazes de ouvir, refletir, aprender a lição e persistir. Porque a dor é passageira. Mas desistir é para sempre!
Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Joy”.
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