Aqueles que julgam os demais enxergam muito a vida dos outros e não olham nada na sua existência, muitos menos vêem os seus erros ou acertos.
Os falsos moralistas são aquelas pessoas que defendem condutas austeras diante da sociedade, simulando serem indivíduos de atitudes ilibadas. Gente assim são expert em julgar os outros segundo a aparência, negando em perceber a essência das pessoas ou ver os “fardos” que elas carregam em suas vidas.
Esses moralistas cometem erros obtusos em julgar de forma precipitada a tudo e a todos, já que às vezes eles estão vivendo uma vida cheia remorsos. E mesmo assim insistem em julgar a vida de outrem e deixam de cuidar das suas próprias vidas.
Aqueles que julgam os demais enxergam muito a vida dos outros e não olham nada na sua existência, muitos menos vêem os seus erros ou acertos. Aliás, são pessoas descontentes consigo mesmas, que buscam espiar os defeitos da vida alheia, pois se tornam incapazes de satisfazer-se de modo pleno.
As avaliações falhas, geralmente, têm uma tendência parcializada, uma vez que quando se refere ao julgamento moral, as coisas ficam mais difíceis, porque certas pessoas levam em conta a moralidade e a ideologia das instituições sociais que fazem parte. Mas, sobretudo, os moralistas são “contaminados” pelos julgamentos da mídia sensacionalista.
A psicanálise nos mostra que uma das origens dos sofrimentos mentais e físicos, é o rigor excessivo do superego, ou melhor, de uma moralidade rigorosa – que produz um ideal do ego irrealizável –, julgando aqueles que foram educados ou preparados para aceitar que esse ideal é possível e realizável.
Na maioria das vezes, comportamentos que a moralidade julga amorais são elaborados como mecanismos de autodefesa dos sujeitos, que os colocam para proteger a sua estrutura psíquica, que pode estar sendo ameaçada, de modo real ou ilusório. E se forem atitudes moralmente reprováveis, mas que podem ser no ponto de vista psicológicos necessárias.
A nossa psique é um arena de guerra inconsciente em meio a desejos e censuras. O id ignora as demarcações da sociedade, enquanto o superego somente reconhece seus obstáculos. Assim, o vitorioso, o id é a agressividade que machuca os outros, mas o ganhador, o superego é hostilidade que cerceia o sujeito. Nessa situação, quando alguém julga moralmente pode estar aprisionado entre a violência do id e do superego.
O ser humano é um projeto infinitamente incompleto, que está em processo de edificação. O que somos, atualmente, servirá como matéria prima para o que vamos ser no futuro. Em vista disso, temos que ter a humildade de retornar para dentro de nós, com serenidade, a fim de julgar a nós mesmos e para apreender a sermos misericordiosos ao julgar o próximo.
Afinal, o cristianismo no ensina que não devemos julgar as outras pessoas para que não sejamos também julgados. Jesus viveu em uma sociedade repleta de falsos moralistas e os repreendia: “Deixe-me tirar o cisco do seu olho quando você mesmo tem um tronco no seu próprio olho? Tire primeiro o tronco que está no seu olho e então verá muito melhor para tirar o cisco do olho do seu irmão.”
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